Transportar a produção de grãos de Mato Grosso até Porto Velho (RO), via Sapezal, é 52% mais mais barato do que enviá-la até o porto de Paranaguá (PR), a partir de Sorriso, no médio-norte do Estado. Comparando a opção de remoção pelas rodovias que interligam o Estado ao norte do país com outras alternativas, como o transporte de Canarana ao porto de Santos (SP), o custo é menor em 48,52%. Mesmo quando a saída é mais ao sul do Estado, a partir de Rondonópolis até Paranaguá (PR), o transporte via Sapezal permanece 37,5% menor. A opção de escoamento pelo oeste de Mato Grosso até Porto Velho (RO) é utilizada como alternativa de acesso aos portos do Norte do país, como Itacoatiara (AM) e Santarém (PA).
A ainda recente pavimentação das rodovias que atendem a região oeste, como as MTs 170 e 235, facilitou o tráfego, influenciando na comercialização da safra e dos insumos agrícolas. Na localidade está concentrada boa parte da produção do Estado, como em Sapezal e Campo Novo do Parecis. “Com certeza houve um barateamento no custo do transporte”, afirmou o secretário de Agricultura, Meio Ambiente, Indústria e Comércio de Sapezal, Fernando César Paim.
O município está localizado a 478 quilômetros de Cuiabá. Outra consequência observada a partir da melhoria das rodovias foi a celeridade no tráfego. “Antes, um trajeto que se fazia em até cinco horas agora reduziu para uma hora”. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, a melhoria na condição do transporte rodoviário na região influenciou na cotação da soja comercializada pelos produtores de Sapezal.
“Antes, o preço da soja colhida em Sapezal era pior do que em Campo Novo do Parecis”. Na última semana, os preços da oleaginosa nas duas regiões se mantiveram equivalentes, segundo informações apresentadas no boletim semanal do Imea-MT.
O superintendente do Instituto, Otávio Celidônio, confirma o barateamento dos custos de transporte na região. “Fica bem mais barato, porque se utiliza o modal hidroviário Madeira-Amazonas”. Apesar de ser uma alternativa que beneficia diretamente as traddings – como Cargill e Amaggi –, o acesso a esses postos de escoamento as torna mais competitivas, o que reflete no preço pago aos produtores mato-grossenses. “Hoje os centros produtivos de Sapezal estão mais distantes de Cuiabá do que aqueles de Diamantino, por exemplo, mas os preços da soja estão melhores por causa da melhoria do modal rodoviário”, conclui Celidônio.
Fonte: Só Notícias/Folha do Estado
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