João Pedro Pitombo, de A TARDE
Muitos planos, poucos projetos e raras obras em andamento. Com deficiências históricas na infraestrutura de transporte e armazenamento de cargas, a Bahia tem na logística um dos seus principais gargalos para atração de empresas e escoamento da atual produção. E, por ora, a maior parte das soluções para estes gargalos ainda se encontra no plano das ideias.
O Plano de Logística e Desenvolvimento da Bahia, que está sendo elaborado no âmbito da Secretaria de Planejamento do Estado, definiu quais regiões no Estado são prioritárias para a implantação de polos para armazenagem e transporte de cargas. Ao todo, são seis sistemas denominados Oeste, São Francisco, Carinhanha, Porto Sul, Feira de Santana e Região Metropolitana de Salvador.
Destas áreas que serão priorizadas pelo Estado, apenas Juazeiro já deu o primeiro passo para a implantação de uma plataforma logística multimodal. As plataformas são áreas que integram armazenamento, embarque e desembarque de cargas, servidas de estruturas de transportes como portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.
Questionado sobre o estágio inicial da implantação dos polos logísticos, o secretário de Planejamento Walter Pinheiro alega que faltavam projetos no âmbito da secretaria provenientes da gestão anterior. Ele explica que o plano de logística está sendo elaborado com pensamento de longo prazo, para ser implantado nos próximos 25 anos. “Queremos transformar a Bahia numa rota de integração para o País”, diz.
Com estudos preliminares feitos em parceria com o governo da Espanha, e um terreno de 800 mil metros quadrados próximo ao porto já disponível, Juazeiro se prepara para implantar uma plataforma logística. O estudo de viabilidade deverá começar no primeiro bimestre de 2010.
A licitação para o estudo está sendo feita pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PUND), através de uma parceria com o Ministério do Planejamento. Cinco empresas – duas brasileiras, duas espanholas e uma alemã – estão no páreo para fazer o estudo, que deverá ser concluído em outubro de 2010.
O formato jurídico institucional para exploração da plataforma ainda não foi definido. Mas a expectativa é que seja aprovada uma parceria público-privada.Muitos gargalos, no entanto, ainda terão que ser superados. De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Juazeiro, Carlos Neiva, o porto local está desativado e não tem capacidade de receber grandes embarcações por falta de navegabilidade no Rio São Francisco.
Além disso, é insignificante a movimentação de cargas na sucateada ferrovia FCA, que liga Juazeiro a Salvador. Do outro lado da fronteira, a realidade é outra: as frutas produzidas na região são exportadas para a Europa através do Aeroporto Internacional de Petrolina, em Pernambuco.
Os projetos para as outras regiões ainda estão num horizonte distante. O polo de Feira de Santana está sendo objeto de estudos preliminares, enquanto na Região Metropolitana de Salvador, o governo estuda a implantação do Cialog, um polo logístico na região do Centro Industrial de Aratu.
A grande expectativa no entanto fica para a região de Ilhéus, que deve se tornar um grande complexo logístico com a construção da Ferrovia Oeste-Leste, o Porto Sul e a implantação da Zona de Processamento de Exportação. (fonte: A Tarde)
PUBLICIDADE