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A atração de investimentos além do pré-sal na visão da iniciativa privada

O debate sobre a atração de investimentos ao setor de petróleo e gás, na visão da iniciativa privada, ganhou uma sessão plenária na Rio Óleo e Gás desta terça-feira (25), tendo como moderador Décio Odone, diretor geral da ANP, e como debatedores Sergio Rial, presidente do Banco Santander, Henrique Martins, da Brookfield, e Jorge Firmo, da Seadril e presidente do IBP.

Décio Odone sugeriu abordar o tema olhando quais são as oportunidades de investimento além do pré-sal, sugerindo os segmentos de campos maduros, produção de petróleo em terra, gás e o refino como os segmentos com potencial de atrair investimentos privados.


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Sergio Rial abriu o debate, notando que a produção de petróleo e gás no Brasil é tem forte contorno ideológico, politizado, decorrente do momento na história em que a Petrobras foi criada. 

Mesmo agora, quando as reservas de petróleo atraem investimentos das maiores empresas de petróleo mundiais, há dificuldade em olhar o setor pelas suas oportunidades de geração de riquezas. “Nada como a escassez para promover a volta do foco”, diz Sergio Rial, olhando como a crise de 2008, que trouxe a queda nos preços do petróleo, atingiu fortemente o setor, reduziu os investimentos e tornou competitivas as fontes alternativas de energia. 

Uma tendência que mudou o paradigma do setor e trouxe a visão de que o valor do petróleo tem tempo contado.

Henrique Martins destacou que a Brookfield, com mais de 100 anos de Brasil, pois era a antiga Brascan, tem R$ 40 bilhões em investimentos, sendo a metade no setor de óleo e gás. Nota que do ponto de vista do investidor o respeito aos contratos é a questão central. Em 2014 e 2015, no auge da crise política no Brasil com troca de presidente da República, os contratos foram respeitados.  Ressalta que a intervenção governamental não é sustentável e cita o exemplo do setor elétrico, onde a tentativa de conter tarifas gerou uma conta de R$ 10 bilhões que não se sabe como será paga e provavelmente será cobrada do consumidor. 

A Brookfield comprou o gasoduto NTS e investiu na Teekay para sua atuação no Brasil. No país, tem mercado de capital local que está operante e participa do processo de investimentos. A questão no setor de petróleo é como atrair a média e pequena empresa, já que este setor, pelo monopólio da Petrobras, sempre foi mais acessível para grandes empresas.

Sergio Rial analisa que depois de tantos anos fazendo gestão de crise, foi demonstrado que é possível investimento baseado na iniciativa privada. Necessário observar o que tem além do pré-sal. O Brasil é o sétimo mercado mundial para combustíveis derivados do petróleo. 

No gás, é necessário desenhar esse modelo. Perdemos o equilíbrio fiscal como ativo da sociedade. O Santander financia investimento de longo de prazo, é líder nos financiamentos à energia eólica, concede cerca de três mil bolsas de estudo e aposta na qualidade do empreendedor brasileiro.

Jorge Firmo considera programas de desenvolvimento de talentos essenciais e reconhece que os mesmos estão conectados para produzir efeitos positivos de forma ampla. Há a mudança de paradigma nos campos maduros e na exploração em terra e a Petrobras tem o monopólio na prática dos campos de produção em terra. Observa que a preocupação com o descomissionamento pula uma etapa, que é passar para empresas especializadas em recuperação de reservas a operação de campos maduros para tornar viável a extensão da produção, sendo esse um segmento que atrai investidores.

Henrique Martins vê a legislação atual para o segmento de gás em desacordo com o que existe no mercado e ressalta que precisamos aprender com a lição do setor elétrico. Ocorre que as pautas de mudança de legislação não prosperam no Congresso, sempre superadas por uma nova pauta política. 

No gás, precisamos sair da agenda da termoelétrica para a agenda da produtividade com a oferta competitiva de gás que antes não existia, mas agora existe. No refino a solução é o fim do monopólio que a Petrobras ainda tem na prática.






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