Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) indicam que entre 80% e 90% do comércio global são feitos pelo modal marítimo. São US$ 5 trilhões em valor agregado dos produtos transportados.
Isso mostra o quanto esse mercado precisa se atualizar o tempo todo para dar conta da alta demanda e o como as soluções tecnológicas são essenciais nesse processo.
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Afinal, as inovações tecnológicas têm desempenhado um papel importante na otimização da eficiência operacional e reforço da segurança na indústria marítima.
Um bom exemplo disso é a implementação de sensores inteligentes, que tem possibilitado a análise em tempo real, aprimorando a supervisão das operações de forma eficaz. A conectividade, propiciada pela Logística 5.0, promove uma rede monitorada e controlada, unindo máquinas automáticas, dados e intervenção humana.
Já no âmbito da automação e inteligência artificial, avanços significativos estão transformando navios e portos. Sistemas de propulsão automatizados e navegação autônoma tornam as viagens mais seguras, enquanto a automação nos portos, com auxílio de robôs e veículos autônomos, agiliza operações e reduz emissões de CO2. A inteligência artificial é aplicada em previsões meteorológicas, otimização de rotas e controle de equipamentos autônomos, impulsionando a eficiência global.
Não podemos deixar de falar também das tecnologias emergentes como a Internet das Coisas (IoT) e a realidade aumentada, que também estão moldando as operações marítimas. A IoT cria uma rede interconectada, permitindo o monitoramento em tempo real de variáveis cruciais.
A realidade aumentada, ainda em experimentação, já começou a ser aplicada, como em um caso detreinamentos no Reino Unido, facilitando a simulação de cenários complexos.
Ainda precisamos superar desafio
A inserção de inovações na indústria, no entanto, não ocorre sem obstáculos intrínsecos. Questões prementes relacionadas à segurança cibernética emergem como uma prioridade incontornável, demandando uma atenção constante para salvar sistemas críticos contra ameaças digitais que poderiam desencadear resultados de proporções catastróficas. A complexidade dessa preocupação ressalta a necessidade de estratégias robustas e medidas proativas para mitigar riscos e garantir a integridade operacional.
Paralelamente, o enfrentamento dos desafios financeiros e operacionais revela-se como um imperativo inegável. O elevado custo associado à implementação e treinamento para a assimilação eficaz dessas inovações impõe um fardo considerável às empresas, exigindo investimentos substanciais tanto em infraestrutura quanto na capacitação da equipe. Esse desafio duplo não apenas testa a solidez financeira das organizações, mas também ressalta a necessidade de estratégias eficientes de gestão de recursos para minimizar impactos adversos.
A disparidade tecnológica que persiste entre diferentes regiões do globo emerge como um fator preponderante que incide diretamente sobre o controle integral da rota, especialmente no contexto das atividades portuárias, muitas das quais permanecem sob a égide exclusiva do poder público. A morosidade na adoção de novidades tecnológicas, frequentemente atribuída à falta de competição e ineficiências na gestão, não só retarda o progresso setorial, mas também propaga divisões substanciais que comprometem a coesão e uniformidade da indústria marítima em escala global.
Portanto, a superação destes desafios é importante para assegurar a continuidade vigorosa do transporte marítimo. É somente por meio dessas abordagens é possível fazer com que o setor avance de maneira resiliente.
Israel Ferreira é diretor de Inovação da Skymarine