Empresários e sindicalistas realizarão, ontem, uma manifestação conjunta na Avenida Paulista, em São Paulo, "em defesa da indústria e do emprego". Organizado pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e pela Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT), o movimento se apresenta como apartidário e defende uma política econômica voltada para o desenvolvimento da economia, fortalecimento do setor industrial e geração de empregos.
"Não se trata de um ato contra o governo. Vamos fazer um movimento apartidário com o objetivo de chamar a atenção para o que vem ocorrendo com a nossa indústria e clamar por medidas emergenciais que possam contribuir para a retomada da atividade industrial", destaca, em nota, Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, defende a necessidade de ação conjunta das classes trabalhadora e patronal. "Não podemos assistir, impassíveis, ao desmonte do parque industrial brasileiro", afirma.
Os organizadores destacam ainda que, "diante da premissa de que qualquer governo no mundo só se movimenta mediante pressão e tendo em vista que não há sinalização de reversão do atual quadro no curto prazo", foi tomada a decisão de realizar um ato público para chamar a atenção para a situação da indústria. Entre janeiro e junho de 2015, a produção industrial acumula queda de 6,3%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Chamado de Grito em Defesa da Indústria e do Emprego, o ato está marcado para começar as 10h no vão livre do Masp.
Em Porto Alegre, durante encontro da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Produtivo, na manhã de ontem, a Fiergs apresentou um panorama da indústria gaúcha no primeiro semestre de 2015 e pediu o apoio dos deputados para que sejam realizadas reformas estruturais no Estado, e não apenas aumento de impostos para resolver o problema de caixa do Rio Grande do Sul. "A Assembleia terá papel importante nos próximos dias, quando será chamada a se posicionar sobre novo aumento da carga tributária para os gaúchos. É hora de ajustarmos as contas do Estado para o que podemos pagar, e isso passa por reformas estruturais", defendeu o vice-presidente da entidade, Paulo Garcia.
Além de Garcia, integrantes da diretoria da Fiergs e representantes de instituições ligadas ao agronegócio, principalmente das cadeias produtivas do leite, carne bovina, suína e de frangos manifestaram sua preocupação em relação ao Projeto de Lei nº 214/2015, em tramitação no Legislativo gaúcho, que diminui o crédito presumido de algumas atividades industriais. Representantes do setor fumageiro cobraram ações do governo e do Parlamento para enfrentar o grave problema da sonegação e do contrabando.
Durante o encontro, o economista-chefe da Fiergs, André Francisco Nunes de Nunes, apresentou dados sobre o desempenho industrial nos primeiros meses do ano. De acordo com a entidade, em comparação a 2014, a produção da indústria gaúcha teve o segundo pior desempenho do País no semestre, com queda de 10,9%, ficando à frente apenas do Amazonas, cuja retração chegou a 15,5%. No Brasil, a média foi de 8,3%. "O setor metalmecânico teve grande influência sobre o resultado, respondendo por 9,7% deste total. Veículos (-4,5%), máquinas e equipamentos (-3,2%), produtos de metal (-1,4%) e metalurgia (-0,6%) se destacaram na retração industrial."
Fonte: Jornal do Commercio (POA)
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