A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) avalia que o país precisa rever uma série de medidas para aumentar a competitividade de seus produtos manufaturados. O presidente da AEB, José Augusto de Castro, afirma que é possível o Brasil alcançar esse objetivo permanecendo como um dos principais exportadores de commodities. Para isso, ele defende que, além de melhorias em infraestrutura e logística, o país resolva impasses burocráticos envolvendo questões tributárias, trabalhistas e ambientais que prejudicam o potencial do comércio exportador brasileiro de alto valor agregado.
Castro diz que os portos deveriam ser prioridade na política de exportação, na medida em que 95% das exportações são feitas pelo modal marítimo. Ele avalia que a Lei dos Portos (12.815/2013), que completou dois anos em junho, trouxe poucos resultados efetivos devido, principalmente, à burocracia e questões ambientais. "Temos que melhorar a infraestrutura e logística para que possamos concorrer com nossos produtos manufaturados", afirma Castro. Ele aponta deficiências desde o acesso até dentro do porto, o que atrapalha a movimentação e gera custos maiores e perda de competitividade.
PUBLICIDADE
Atualmente, a exportação de produtos manufaturados brasileiros tem como principais destinos América do Sul e Estados Unidos. A AEB projeta potencial para o país exportar mais produtos de alto valor agregado para Europa, Ásia e Oriente Médio, onde a importação de produtos brasileiros ainda é pequena. Para aumentar a competitividade, a associação destaca a necessidade de melhorar a qualidade das especificações dos produtos e tornar os custos mais competitivos.
De acordo com a AEB, o Brasil possui aproximadamente 19 mil empresas exportadoras. A quantidade é considerada pequena, se comparada com as cerca de 45 mil empresas importadoras contabilizadas no país. Castro diz que os manufaturados são produtos que não enfrentam tanto a instabilidade do preço das commodities. "Dos 15 maiores exportadores do mundo, 13 são exportadores de manufaturados, que geram muito mais receita e empregos no país", destaca.
De tudo que o Brasil exporta hoje, 60% são commodities. Castro ressalta que a taxa de câmbio não tem influência na exportação desse tipo de carga porque esses produtos não são definidos em função da taxa de câmbio do país de origem, mas em função do mercado do país de destino. Apesar da valorização do dólar frente ao real, a AEB estima que as exportações devem cair 15% em 2015, enquanto as importações podem cair 20%. A competitividade será um dos temas do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2015), que acontece nos dias 19 e 20 de agosto, no Rio de Janeiro.
Serviço:
Encontro Nacional de Comércio Exterior (ENAEX 2015)
Data: 19 e 20 de agosto de 2015
Horário: 8h às 19h (19/8) e 8h às 17h (20/8)
Local: Centro de Convenções Sul América (Av. Paulo de Frontin, 1 – Cidade Nova – Rio de Janeiro – RJ)
Informações e inscrições: www.enaex.com.br/enaex2015
Por Danilo Oliveira
(Da Redação)