O excesso de petróleo em nível global vai ser maior que o estimado no primeiro semestre do ano, aumentando a chance de preços ainda mais baixos, alertou a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). O organismo apontou que o Irã e o Iraque, integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), vão elevar sua produção ao mesmo tempo que o crescimento da demanda vai desacelerar.
A oferta deve exceder o consumo em uma média de 1,75 milhão de barris diários no período, em comparação com o 1,5 milhão de barris estimado no mês passado. O excesso pode aumentar se a Opep ampliar sua produção, avisou a IEA. Em janeiro, o Irã elevou sua produção após a retirada de sanções internacionais e os volumes iraquianos foram recorde, além de a Arábia Saudita ter subido sua produção.
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A agência cortou suas projeções para a demanda global de petróleo em 2015 e 2016 em 100 mil barris por dia, deixando o nível de crescimento para este ano inalterado em 1,2 milhão de barris diários, para uma média de 95,6 milhões por dia.
Os estoques de petróleo nos países desenvolvidos aumentou em dezembro de 2015, um mês em que normalmente há recuo, em 7,6 milhões de barris, para 3 bilhões de barris. Com isso, as reservas ficaram 350 milhões de barris acima da média.
No primeiro mês deste ano, o Irã expandiu sua produção em 80 mil barris diários, para 2,99 milhões de barris. O Iraque, por sua vez, ampliou em 50 mil barris diários, para 4,35 milhões de barris, e pode elevar ainda mais. A Arábia Saudita subiu sua produção em 70 mil barris diários, para 10,21 milhões.
Os preços do petróleo rondam a casa de US$ 30 o barril depois de registrarem o menor valor em 12 anos no fim de janeiro. Ao mesmo tempo que os preços se recuperaram diante da expectativa de que a Opep possa aceitar restringir a produção com não integrantes do cartel, "a probabilidade de cortes coordenados é muito baixa", segundo a IEA. Na semana passada, não houve nenhum acordo para restringir a oferta após o ministro do Petróleo da Venezuela, Eulogio Del Pino, ter visitado as capitais de países produtores, de Moscou a Riad.
(Bloomberg News)