A Vinci Partners, de Gilberto Sayão, pretende investir este ano pelo menos mais R$ 180 milhões em projetos de geração e transmissão de energia, após ter comprado ontem três parques eólicos no Rio Grande do Norte.
A gestora carioca pagou R$ 225 milhões, dos quais 60% foram embolsados pela Petrobras. O apetite da Vinci — que protocolou esta semana documentos preliminares para IPO na Nasdaq — está sendo abastecido pela captação de R$ 404 milhões, concluída esta semana, para seu fundo de energia. Foi um follow-on (segunda emissão) puxado por quase 5.460 investidores qualificados, pessoas físicas endinheiradas com patrimônio de pelo menos R$ 1 milhão aplicado.
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Um dos raros fundos de participação (FIPs) de infraestrutura listados na Bolsa, o Vinci Energia nasceu no fim de 2019 com um IPO de R$ 420 milhões. Com esses recursos, teve fôlego para absorver três concessionárias de energia. Agora, com seu tamanho praticamente dobrado pelo follow-on, o fundo vai mirar sobretudo projetos já operacionais no segmento de geração renovável.
— O fundo tem um perfil de renda. Portanto, nosso objetivo não é desenvolver projetos, mas investir naqueles que já existem e geram receita. Como a estratégia é ter um portfólio balanceado entre geração e transmissão, estamos prospectando sobretudo negócios de geração, com um foco em renováveis. Olhamos, por exemplo, ativos de geração solar, PCHs (pequenas centrais hidrelétricas), biomassa e biogás — conta o sócio José Guilherme Souza, à frente da área de infraestrutura da Vinci Partners.
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O plano da Vinci é aplicar os R$ 180 milhões que ainda restam do follow-on ao longo de 2021, com perspectiva de anunciar novas transações já no primeiro trimestre.
— Como o pipeline é bastante robusto, ao longo do ano talvez a gente tenha que voltar ao mercado (isto é, fazer nova emissão do fundo de energia) — acrescenta.
O Vinci Energia representa quase metade de um portfólio de R$ 2 bilhões alocados pela Vinci no setor de infraestrutura. A gestora do Leblon tem ambições para elevar essa carteira em pelo menos R$ 1 bilhão este ano por meio de novas captações, “seja para produtos existentes, seja para produtos de outros setores”, explica Souza.
Um dos negócios que a Vinci está olhando é a privatização da Cedae, de longe a maior concessão de saneamento estruturada pelo BNDES e prevista para o fim de abril.
— Já estudamos há algum tempo esse ativo, e agora olhamos os detalhes e começamos conversas com potenciais parceiros para um consórcio — diz o sócio da Vinci.
Fonte: O Globo