A área plantada de soja deverá mesmo bater um novo recorde em Mato Grosso nesta safra 2010/11, que já está em fase adiantada de semeadura no Estado - que lidera a produção da oleaginosa e é o segundo maior celeiro de grãos em geral do país.
As primeiras estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já indicavam que o recorde da temporada passada seria batido no ciclo atual. Levantamento divulgado em novembro pelo órgão federal aponta área de soja entre 6,287 milhões e 6,399 milhões de hectares em 2010/11, ante 6,225 milhões em 2009/10.
Em pesquisa divulgada na quinta-feira, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado à Famato, a federação estadual da agricultura, confirma a máxima. Em sua apuração, serão 6,219 milhões de hectares, ante 6,217 milhões na safra passada.
Apesar de pequeno, o aumento que levará ao novo recorde decorre sobretudo dos bons preços praticados nos mercados internacional e doméstico. Mas, como há incertezas ligadas à produtividade, o volume da colheita poderá cair.
Nos cálculos do instituto mato-grossense, que levam em conta uma produtividade de 3.001 quilos de soja por hectare no Estado em 2010/11, 0,8% a menos que em 2009/10 (3.026), serão colhidas 18,663 milhões de toneladas, uma retração de também 0,8%.
Conforme a Conab, a produtividade será de 3.060 quilos por hectare, 1,5% maior, e a colheita chegará a pelo menos 19,237 milhões de toneladas, 2,5% superior. A Conab divulgará nos próximos dias seu novo levantamento da safra de grãos no país em 2010/11, e essas previsões poderão ser revistas.
O responsável pela divergência é o La Niña. Por causa do déficit hídrico provocado pelo fenômeno climático, o plantio de soja já demorou mais para ganhar fôlego e a oferta da oleaginosa será cerca de 1 milhão de toneladas menor do que o normal (2 milhões) no Estado em janeiro.
O Imea também divulgou na quinta-feira novas estimativas para as áreas plantadas com algodão e milho (safrinha) em Mato Grosso. No algodão, apontou o instituto, serão 595,3 mil hectares, um salto de 42% sobre 2009/10, enquanto na safrinha de milho serão 1,766 milhão, queda de 9,3%.
A Conab ainda não divulgou previsões para a área mato-grossense de milho safrinha em 2010/11. Para o algodão no Estado, o incremento previsto pelo órgão também é expressivo: ficará entre 30% e 40%. A disparada é influenciada pelos aumentos de preços, nos mercados externo e interno.
Na quinta-feira, os preços do algodão voltaram a disparar na bolsa de Nova York, por conta de restrições às exportações que poderão ser adotados pela Índia. Em Chicago, soja e milho caíram.
Fonte: Valor Econômico/Fernando Lopes | De São Paulo
PUBLICIDADE