O Banco do Brasil abrirá seu escritório em Moscou, na Rússia, ainda este ano, já com intenção de transformá-lo em agência.
"A expectativa é que, em dois ou três anos, tenhamos uma agência na Rússia", disse o vice-presidente de negócios internacionais do banco, Paulo Caffarelli.
Já autorizado pelo Banco Central brasileiro, o escritório do BB na capital russa é visto "como porta de entrada" e deve ser efetivamente instalado até o fim do terceiro trimestre de 2013, informou o executivo. Segundo ele, esse é o tempo calculado para que o banco obtenha todas as permissões necessárias também das autoridades locais.
O contexto e os motivos que levam o banco estatal a entrar na Rússia são os mesmos que o fizeram inaugurar um escritório em Xangai, na China, em 2008, unidade já em processo de transformação em agência. Assim como já aconteceu com a China, que chegou a ultrapassar os Estados Unidos como principal destino de exportações brasileiras, a maior das repúblicas da antiga União Soviética vem crescendo em importância como parceiro comercial do Brasil.
Nesse contexto, o BB quer ter uma unidade dentro do país para dar suporte a empresas brasileiras que já fazem ou pretendem fazer negócios com parceiros russos e de países próximos. "Atualmente, mais de 15 grandes empresas brasileiras estão instaladas em países da Europa Oriental, como Embraer, Havaianas, JBS, H. Stern, Marcopolo e Tramontina, o que está alinhado com um dos vetores de internacionalização do BB", exemplificou Caffarelli.
Não menos importante, ressaltou, é iniciar relacionamento com empresas da região que têm ou pretendem manter operações comerciais com o Brasil. A ideia é dar suporte não apenas ao comércio mas também aos fluxos de capitais.
O vice-presidente do BB lembrou que, em 2012, o fluxo de comércio entre Brasil e Rússia atingiu US$ 5,9 bilhões, colocando o país europeu no 19º lugar da lista dos parceiros comerciais brasileiros. O Brasil vendeu aos russos cerca de US$ 3,1 bilhões e importou deles US$ 2,8 bilhões.
A instalação de um escritório em Moscou não permite ao BB fazer operações de crédito em moeda local, mas facilita o trabalho de mapeamento de futuros clientes na Rússia e arredores. Além disso, enquanto não evolui para uma agência, a nova unidade do banco no exterior vai facilitar operações entre empresas sediadas na região e agências internacionais já em operação do BB, como a de Londres e a de Nova York. Mesmo antes de virar agência, portanto, o escritório de Moscou tenderá a incrementar as operações do BB no exterior.
Caffarelli destacou ainda que a Rússia, maior país do mundo em território, tem um mercado consumidor de mais de 140 milhões de pessoas, o que é promissor.
Fonte: Valor / Mônica Izaguirre
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