O atual presidente da Braskem América, responsável pelos negócios da companhia nos Estados Unidos e na Europa, Fernando Musa, vai suceder Carlos Fadigas no comando da petroquímica. Fadigas, que assumiu a presidência da Braskem no início de 2011, continuará no grupo Odebrecht, com posição na holding.
Na nova posição, vai desenvolver trabalhos de apoio aos investimentos da organização, que passa por um momento de reestruturação, com foco especial no novo ciclo de internacionalização da petroquímica. "Vou apoiar esse momento do grupo, que passa por mudanças", afirmou.
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Maior petroquímica das Américas, a Braskem tem se deparado com sucessivos desafios, de diferentes naturezas. Além da longa negociação em torno de um novo contrato de fornecimento de nafta com a Petrobras e de um novo acordo de fornecimento de energia a preços competitivos com a Chesf, a petroquímica foi envolvida em suspeitas de pagamento de propina por delatores da Operação Lava-Jato. Essa denúncia levou a companhia a enfrentar uma ação movida por investidores na Justiça americana.
A Odebrecht, também envolvida na Operação Lava-Jato, passa por um momento de reestruturação de passivos e venda de ativos, enquanto a Petrobras, segunda maior acionista da Braskem, busca um comprador para sua participação na petroquímica.
A nomeação de Musa, endossada pela estatal, será submetida em breve ao conselho de administração e, na quinta-feira, quando a Braskem divulga os resultados do primeiro trimestre, os comentários da administração já serão conduzidos pelo novo presidente. Graduado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em com MBA pelo Insead, na França, Musa chegou à Braskem em 2010 como vice-presidente da área de Planejamento Estratégico. No início de 2012, assumiu a presidência da Braskem América.
De acordo com Fadigas, as conversas com a Odebrecht sobre a sucessão no comando da petroquímica tiveram início em meados do segundo semestre, pouco antes de o executivo completar cinco anos no posto. Com a assinatura de um novo contrato de fornecimento de nafta com a petroleira estatal e o início de produção de polietileno no Complexo Petroquímico do México, há algumas semanas, a mudança entrou em fase decisiva.
"A função na holding é de apoio aos investimentos que a Odebrecht tem. A Braskem é um ativo valioso e há interesse em olhar a companhia do ponto de vista de um único acionista", explicou Fadigas, acrescentando que, na presidência da petroquímica, a função era olhar os interesses de todos os investidores.
Assim como Musa, Fadigas também foi presidente do braço internacional da Braskem antes de assumir a principal posição da companhia. O nome do substituto de Musa na Braskem América, que virá dos quadros internos, ainda está em definição.
Conforme o novo presidente da petroquímica, uma das prioridades será dar continuidade à estratégia de crescimento e internacionalização da Braskem. "Vamos continuar olhando oportunidades de investimento no Brasil e no exterior", disse Musa. O período de transição do comando deve ser concluído em t
Fonte: valor Econômico/Stella Fontes | De São Paulo