Com o setor de automação brasileiro crescendo perto de 10% ao ano e as perspectivas do pré-sal alavancando investimentos na área de óleo e gás, os principais players do mercado não têm muito do que reclamar. George Wootton, gerente-geral de elétrica & automação da finlandesa Wärtsilä, especializada em automação de plataformas marítimas de produção, conta que a empresa ainda não completou dois anos operando nessa área no Brasil e já terminará 2013 entregando sete sistemas de pequeno porte. "São três para a Baker Hughes, ligados aos projetos da OSX, e quatro para a Homeworthy, uma coligada nossa. E agora o mercado ficou mais aquecido por causa da definição da Petrobras sobre as próximas plataformas", comemora. Além desses projetos, o gerente da Wärtsilä revela que a empresa tem projetos para apresentar também às refinarias. "Elas têm um conjunto enorme de pequenos sistemas, e estamos preparando as propostas para construí-los", diz.
Rogério Zampronha, presidente da Schneider Electric no Brasil, se diz satisfeito com o desempenho da empresa e do setor em 2013. "Crescemos de três a quatro vezes o índice do PIB brasileiro", diz animado. "Em todos os segmentos está havendo uma busca quase obsessiva pela eficiência", diz. Ele chama a atenção para a demanda crescente pela eficiência predial. "Controle de absorção de calor, do uso de energia elétrica, da iluminação, do acesso e outros estão fazendo com que os prédios novos sejam mais eficientes e demandem mais tecnologia."
Ricardo Hirschbruch, diretor-superintendente de automação de processos da ABB, achou o ano de 2013 estável. "Tínhamos uma previsão de crescimento maior, mas ele não aconteceu exatamente como esperávamos - vários projetos grandes foram replanejados pelo cliente, com postergação do investimento ou alongamento dos prazos de execução", explica ele.
Embora não possa falar de resultados, Pablo Fava, diretor da área de automação industrial da Siemens, admite que a área de óleo e gás foi a que mais investiu em automação este ano. "Outros setores, como química, não foram muito alentadores. Em açúcar a álcool houve mais modernização do que novos projetos. Mineração foi fraco e na área automotiva acho que teremos boas notícias até 2015", acrescenta.
Sem revelar metas, Wilton Ruas, vice-presidente de automação da Itautec, afirma que em 2013 a empresa alcançou os resultados planejados, inclusive com a ampliação da base de clientes. "Nosso plano para 2014 é manter o crescimento dessa base e achamos que será outro ano de crescimento no varejo, se mantidas algumas condições favoráveis: crédito, controle da inflação e aproveitamento de eventos como a Copa do Mundo", completa.
Para Cleber Morais, presidente da Bematech, o grande impulso em 2014 será a expansão do uso de NFC-e: " A movimentação do governo para substituir o documento fiscal impresso por um documento digital é uma nova oportunidade de ampliar o nosso portfólio", diz ele.
A GE, além de atuar em sistemas de automação industrial e de distribuição de energia elétrica tem no Brasil um laboratório para pesquisa e desenvolvimento de inovações dentro desses temas. Alexandre da Silva, pesquisador da área de Sistemas Inteligentes, explica que os estudos abordam itens como automação avançada, monitoramento e diagnósticos para energia, óleo e gás e, ainda, transportes aéreos e terrestres. Segundo ele, "uma das linhas de pesquisa desenvolve um sistema para medir e registrar o volume de água, gás e petróleo presente nos poços", operação dificultada pela elevada densidade do petróleo brasileiro. "Com isso será possível aprimorar o monitoramento do processo de extração e reduzir os riscos de vazamento, evitando acidentes e possíveis desastres ambientais", detalha ele.
Fonte: Valor Econômico/Paulo Brito | Para o Valor, de São Paulo
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