A CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados foi prorrogada por mais 60 dias, a partir de 24 de agosto, quando seria encerrada. Até agora, a comissão não convocou nenhum político para prestar depoimento, não realizou nenhuma acareação e não quebrou sigilos de investigados - apenas transferiu os sigilos do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e de seu ex-gerente Pedro Barusco, que já haviam sido quebrados pela Operação Lava-Jato.
Em julho, a CPI aprovou convocar policiais federais que trabalham na Lava-Jato; a então advogada de delatores do esquema de corrupção na Petrobras, Beatriz Catta Preta; e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, cuja Pasta engloba a Polícia Federal. Agora, os próprios deputados dizem que a comissão perdeu o foco e está "investigando os investigadores".
Ontem, o lobista Milton Pascowitch, delator do esquema de corrupção na Petrobras, foi à CPI mas não respondeu a perguntas dos deputados, assim como outros convocados já fizeram. Aos investigadores da Lava-Jato, Pascowitch disse ter pagado propina ao ex ministro da Casa Civil José Dirceu, preso nesta semana. As declarações e as provas apresentadas por ele abriram o caminho para a prisão de Dirceu na 17ª fase da Lava-Jato, a Pixuleco. Os depoimentos de sua delação estão em sigilo.
"Ele estaria violando o acordo [de delação premiada] caso prestasse depoimento. O próprio juiz [Sergio] Moro não enviou para a CPI os termos, o conteúdo do acordo. Então, foi uma decisão dele de não compartilhar as provas", disse o advogado de Pascowitch, Theo Dias.
Fonte: Valor Econômico/Letícia Casado | De Brasília
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