As consultas ao BNDES para financiamento de projetos de infraestrutura aumentaram 25% no primeiro trimestre de 2017, em comparação a igual período de 2016, informou nesta segunda-feira (24/04) a presidente do banco, Maria Silvia Bastos Marques. Os números do primeiro trimestre serão divulgados amanhã. As consultas são o primeiro passo do processo de obtenção de crédito no BNDES e mostram a disposição do empresariado de investir. E os investimentos em infraestrutura são apontados como o motor da retomada da economia.
Segundo Maria Silvia, este e outros dados que serão divulgados amanhã são sinais claros de que a a economia está retomando crescimento. Entre outros indicadores está o aumento de 35% das aprovações (etapa anterior ao desembolso) do Finame, programa que financia máquinas e equipamentos. O Finame costuma ter liberação bem mais rápida do que projetos de infraestrutura, pois os valores são menores. Os dados também mostram crescimento de 345% da concessão de capital de giro no primeiro trimestre.
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"São sinais mais claros (de que a recessão está chegando ao fim). Não havia esse crescimento no ano passado. Esses sinais começam a acontecer este ano. Capital de giro não é necessariamente sinal de retomada, mas é ao menos sinal de preservação. Mas as consultas também melhoraram. É um gradativo retomar do interesse pelos investimentos", disse Maria Silvia, após participar de evento da FGV, na sede da Firjan, no Rio.
Os desembolsos, que em sua maioria refletem financiamentos tomados em anos anteriores, vão continuar apresentando queda no trimestre. Nos dois primeiros meses do ano, o recuo foi de 16%, refletindo a recessão por que passa o país. Maria Silvia frisou que a necessidade de reformas continua mesmo com o fim da crise.
"Ao acabar a recessão e ter a retomada econômica, a gente não pode esquecer que é preciso fazer as reformas estruturais. O ambiente, ao melhorar, não quer dizer que a gente pode prescindir dessas reformas. Temos uma agenda importante de previdência e trabalhista, que, ao contrário do que se diz, não é para perda de direitos. É para criar empregos. Hoje, a legislação trabalhista é contra a criação de empregos", disse.
A presidente do banco adiantou ainda que dois projetos de energia solar, avaliados em mais de R$ 400 milhões cada, acabaram de entrar no banco. A ideia é que sejam aprovados em até 180 dias. A meta do BNDES é que 50% dos projetos que entrarem no banco este ano sejam aprovados dentro desse prazo.
Ela voltou a dizer que o financiamento de longo prazo para o Galeão deve acontecer se a reprogramação do pagamento das outorgas for aprovado e se houver a entrada de um novo sócio. E preferiu não comentar as reuniões que acontecem esta semana entre representantes de banco contratados pelo BNDES e potenciais investidores com objetivo de fazer captação externa. A última captação no exterior feita pelo BNDES foi em 2014.
Fonte: Época