Seis meses após implementar a nova política de preços dos derivados, com reajustes diários nas refinarias, a Petrobras busca, agora, novas formas de recuperar o mercado perdido. A intenção da companhia é lançar, em maio, um novo modelo contratual, com mudanças nas condições comerciais na venda de combustíveis.
Mesmo com os reajustes diários, a estatal vem tendo dificuldades para recuperar market share. No terceiro trimestre de 2017, o primeiro trimestre desde que a nova política de preços começou a vigorar, a empresa perdeu 3 pontos percentuais no mercado de diesel: a Petrobras foi responsável por fornecer 73% do volume de diesel consumido no país, no período, ante uma média de 76% no ano. Já o market share, na gasolina, manteve-se na média do ano (83%).
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Dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) sugerem que o nível de importações por terceiros, pelo menos no caso do diesel, não arrefeceu nos meses seguintes. As tradings pediram autorização para importar 2,189 bilhões de quilos de diesel em novembro, alta de 66% ante igual mês de 2016. Em outubro, o volume já havia subido 95%, na comparação anual. Na Petrobras, a percepção é que, sem a política atual de preços, a importação estaria ainda maior.
O Valor apurou que, com o novo modelo contratual, a Petrobras buscará novas formas de fidelização dos clientes. O diretor de refino e gás, Jorge Celestino Ramos, destaca que as importadoras aprenderam a operar no Brasil e têm melhorado a qualidade e eficiência do serviços. Segundo ele, a meta é buscar "participação mais ativa no market share no Brasil".
"Estamos operando num ponto ótimo, considerando a política comercial existente, mas estamos agregando um conjunto de ferramentas para captura de market share e de margem, mexendo em condições comerciais, no nível de serviços, explorando a capilaridade da logística da Petrobras. Estaremos implementando novas condições comerciais que visam capturar market share, mas também margem", afirmou Celestino em dezembro.
Fonte: Valor