Vendas chegam a US$ 76,4 bi em 2010; superavit de US$ 63 bi cobre deficit em outros setores
Soja continua sendo o principal produto entre as commodities no Brasil, mas o açúcar tem 50% de crescimento
Em um ano no qual as commodities de um modo geral atingiram uma valorização forte, os preços das matérias-primas do agronegócio garantiram um resultado histórico para as exportações brasileiras no setor.
Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura, o agronegócio brasileiro exportou US$ 76,4 bilhões no ano passado, alta de 18% ante o resultado do ano anterior e superior ao antigo recorde, obtido em 2008, de US$ 71,8 bilhões.
Subtraindo-se as importações, que alcançaram um volume de US$ 13,4 bilhões em 2010, o saldo comercial do agronegócio foi positivo em US$ 63 bilhões -o superavit geral da balança foi de US$ 20,3 bilhões. "Ajudamos a cobrir os deficit de outros setores, como indústria e serviços", afirmou o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
O bom desempenho animou o ministro, que projetou uma alta de ao menos 10% para as vendas externas em 2011, que poderiam atingir, na sua estimativa, US$ 85 bilhões. "Se atingirmos a média de crescimento anual dos últimos dez anos, de 14%, esse resultado pode ser ainda melhor", disse.
SOJA NA DIANTEIRA
De acordo com os resultados divulgados ontem, a soja segue como principal produto de exportação brasileiro.
Mas o açúcar foi o grande destaque, crescendo 50% em relação a 2009 e levando o complexo sucroalcooleiro, que também compreende o álcool, a deixar para trás as exportações de carnes.
A valorização das commodities nos mercados internacionais permitiu que os produtores brasileiros superassem as dificuldades apresentadas pelo aumento de valor do real, que encarece as mercadorias no exterior, reduzindo a competitividade.
O mercado asiático respondeu, no ano passado, por 30,1% de todas as exportações do agronegócio brasileiro. O destaque foi a China, maior mercado individual para o agronegócio brasileiro e responsável por 14,4% do total exportado.
Rossi aproveitou a entrevista de divulgação dos resultados da balança comercial do agronegócio para criticar os EUA pela prorrogação da tarifa do etanol, decisão tomada em dezembro pelo Senado norte-americano.
"Ficamos frustrados com os EUA pela taxação ao etanol, pois consideramos errada a prática de proteger um setor ineficiente com barreiras tarifárias, indo contra os preceitos do livre comércio", afirmou o ministro.
ALIMENTOS
Ele também falou que, no ano passado, alguns alimentos tiveram uma parcela de contribuição para a alta da inflação. "A produção agrícola no país vinha sendo uma âncora contra a inflação. Em 2010, alguns produtos tiveram alta maior de preços com a demanda externa e também a interna", afirmou.
"Na pecuária bovina houve problemas de oferta, pois as chuvas retardaram a engorda do boi de pasto, mas a situação já está sanada. O governo está atento tanto para garantir um preço mínimo ao produtor como para evitar alta muito forte dos preços."
Fonte: Folha de São Paulo
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