Algumas das melhores oportunidades para que empreendedores do Rio Grande do Sul realizem negócios no mercado chinês encontram-se em segmentos como os de máquinas e implementos agrícolas, tecnologia da informação, equipamentos médicos e componentes de calçados. Essa é a avaliação do presidente da Associação Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira, gaúcho que também é o comissário-geral do Brasil na Expo Xangai 2010.
Teixeira destaca que a Expo servirá como uma plataforma comercial do Brasil na China. Ele enfatiza que, além de vender produtos para a nação asiática, a meta é atrair investimentos e realizar alianças estratégicas.
"A China pode causar algum medo por ser um grande mercado, ter grandes empresas, mas ela também apresenta grandes oportunidades", defende Teixeira. O dirigente relata que o País verifica um patamar de US$ 95 bilhões em investimentos ao ano no exterior e, no sentido inverso, atrai em torno de US$ 40 bilhões.
Nesta quinta-feira, foi comemorado o Dia do Brasil na Expo Xangai. Compareceram ao evento, que contou com a apresentação dos cantores Carlinhos Brown e Mart'nália, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o ministro das Finanças da China, Xie Xuren. O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, também esteve presente.
Durante os shows, realizados pela manhã em um centro de eventos, um vídeo mostrava ao público várias regiões turísticas do Brasil, como praias do Nordeste, Rio de Janeiro, Cataratas do Iguaçu, entre outras. Do Rio Grande do Sul, foram divulgadas atrações dos municípios de Canela, São Miguel das Missões, Cambará e São Francisco de Paula.
À tarde, a comemoração chegou ao pavilhão brasileiro na Expo Xangai onde, entre outras imagens, encontra-se uma do porto da Capital gaúcha. No estande, de 2 mil metros quadrados, é possível acompanhar imagens aéreas de cidades como São Paulo e Recife, que são movimentadas no chão, além de mais filmes promovendo o turismo no Brasil. Teixeira lembra que a China discute atualmente a implantação das férias obrigatórias. "Isso pode representar um número maior de chineses viajando e conhecendo países como o Brasil", argumenta o dirigente.
Em média, segundo o presidente da Apex-Brasil, de 12 mil a 15 mil pessoas visitam o estande brasileiro diariamente. O representante do Banco do Brasil na China Sérgio de Quadros concorda que o espaço possibilita intensificar ainda mais as relações bilaterais entre os países e as transações do comércio exterior. Ele acredita que outras oportunidades que serão geradas para as duas nações acontecerão devido a eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil.
Quadros diz que as empresas chinesas querem investir em áreas de infraestrutura, como portos, aeroportos, ferrovias e rodovias, principalmente com o apoio dos bancos chineses. Já em contrapartida, a China tem interesse em atrair empresas que tragam conhecimento e alta tecnologia. (Jefferson Klein).
Gigante da Ásia é o maior mercado para a celulose brasileira
Depois de se transformar no maior destino das exportações brasileiras de minério de ferro e soja, a China assumiu o primeiro lugar nas vendas de outra commodity, a celulose, com 34% dos embarques no primeiro quadrimestre deste ano. O percentual é o dobro da participação que o país asiático tinha nas exportações do produto até o ano passado, quando sua demanda deu um salto de 135%, para 1,5 milhão de toneladas, uma fatia de 33% no total. Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa), disse que os empresários chineses começaram a aumentar suas compras no começo do ano passado, quando o preço internacional caiu em razão da crise mundial.
Em junho de 2009 a cotação ficou em menos de US$ 400 a tonelada, comparada aos US$ 840 do ano anterior. Atualmente já está em torno de US$ 920. Segundo ela, a demanda chinesa assumiu natureza estrutural no segundo semestre, quando o país anunciou a instalação das três maiores máquinas de papel do mundo, uma das quais com capacidade de fabricar 1 milhão de tonelada por ano.
Em 2009, o Brasil respondeu por 50% das importações de celulose da China, que anualmente produz 90 milhões de toneladas de papel e quer se tornar um dos líderes mundiais do setor. Para atender ao aumento da demanda chinesa e de outros países emergentes, as indústrias brasileiras de celulose planejam investir US$ 22 bilhões no período 2010/2016, o que poderá levar o Brasil da quarta para a terceira posição no ranking global, à frente da China.
O CEO da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, disse, em Xangai, que a empresa investiu R$ 8 bilhões em duas novas fábricas, no Maranhão e no Piauí, que terão 50% de sua produção destinada à China. A companhia produz 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano e vai elevar o volume para 4,3 milhões de toneladas quando as duas plantas estiverem em operação, no fim de 2014.
Fonte: Jornal do Commercio (RS)/
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