SÃO PAULO - Além de desistir de pagar dividendos neste semestre e no próximo, a negociadora de commodities Glencore anunciou que vai suspender a produção de cobre refinado em seus empreendimentos localizados na República Democrática do Congo e na Zâmbia. O movimento deve retirar 400 mil toneladas do mercado de catodos de cobre.
De acordo com comunicado do grupo anglo-suíço, a extração de minério e a transformação em Katanga (Congo) e Mopani (Zâmbia) serão paralisadas por 18 meses. Durante esse período, uma revisão dos projetos será feita, para tentar enfrentar o atual cenário de enfraquecimento dos preços das commodities.
A companhia quer também expandir e atualizar os empreendimentos, o que vai reduzir os custos de produção em mais de 30% em ambos os casos. Outra mina, contudo, que se encontra também em Katanga — chamada de Mutanda — seguirá com as operações normais pois seus gastos já são baixos o suficiente, afirmou a empresa.
O mercado aprovou as declarações da negociadora de commodities e as ações tinham forte alta no pregão de hoje. Os papéis da Glencore avançavam 6,37%, cotados em 1,31 libra esterlina, ou cerca de US$ 2, na bolsa de Londres.
Para Timothy Huff e Ioannis Masvoulas, analistas da RBC Capital Markets, mesmo que a revisão não leve à desistência total dos dois projetos, ao menos parcialmente a oferta deve ser cortada. A Glencore estipulou que até 2017 vai saber mais sobre o que fazer no futuro com esses negócios.
O banco de investimentos canadense disse que se 400 mil toneladas de fato forem retiradas da capacidade global, o cobre pode receber um impulso significativo. A instituição projeta em 167 mil toneladas o atual excesso de oferta no mercado global da commodity.
O anúncio da Glencore ajudou a puxar os preços do produto. Há pouco, nas Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês), os contratos futuros com vencimento em três meses do cobre avançavam 1,3%, para US$ 5.173 a tonelada. Por outro lado, o alumínio caía 0,03%, para US$ 1.609, e o níquel recuava 0,25%, para US$ 9.865.
Fonte: Valor Econômico/Por Renato Rostás
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