O grupo mexicano Idesa, sócio minoritário da Braskem no Complexo Petroquímico do México, tem a intenção de ampliar as operações da Braskem Idesa no futuro. Inaugurado na quarta-feira, o complexo recebeu investimento total de US$ 5,2 bilhões e pode produzir 1,05 milhão de toneladas por ano de polietileno a partir de etano, uma fração do gás natural. Um projeto de expansão, porém, dependerá da assinatura de um novo contrato de fornecimento de matéria-prima.
"Estamos empenhados para que esse complexo seja o primeiro de outros que virão", afirmou o diretor-geral da Idesa, José Luis Uriegas. Para o executivo, a inauguração do complexo corresponde a um passo dentro de um projeto de crescimento. "Oxalá estejamos aqui, em poucos anos, para contar que uma nova planta está sendo inaugurada", acrescentou. O grupo mexicano é dono de 25% da Braskem Idesa e os demais 75% pertencem à Braskem.
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De acordo com Roberto Bishoff, presidente da Braskem Idesa, um dos principais fatores para a execução do investimento no México foi a disponibilidade de matéria-prima, a partir da assinatura de contrato com a Pemex para fornecimento de etano por 20 anos. O acordo prevê a entrega de até 66 mil barris diários de matéria-prima. O consumo no pico, até o momento, chegou a 55 mil barris por dia. A central petroquímica (cracker) opera a 90% da capacidade.
Segundo a imprensa mexicana, parte do etano que era fornecido pela Pemex para outras petroquímicas passou a ser direcionado à Braskem Idesa, com vistas ao cumprimento do contrato de longo prazo. A operação de algumas unidades na região teria sido prejudicada por falta de matéria-prima.
O diretor-geral da Idesa conta que essa é uma realidade enfrentada pela indústria local, que está reivindicando ao governo federal que novos investimentos sejam executados também na produção nacional de gás e etano, e não somente em petróleo. "A produção de etano da Pemex caiu muito nos últimos dois anos, mas não por causa da Braskem Idesa. Estamos seguros de que isso vai melhorar e que não ter etano suficiente é uma questão temporal", acrescentou.
Conforme Uriegas, essa redução na produção de etano deve-se ao direcionamento cada vez maior de gás úmido para obtenção de petróleo pela Pemex. "É importante aumentar a producao de óleo cru, mas não com a reinjeção de gás. É isso que estamos pedindo às autoridades", afirmou. A Braskem Idesa não foi afetada pela restrição na oferta local de matéria-prima que atinge outras petroquímicas, disseram os executivos.
Fonte:Valor Economico/Stella Fontes | De Nanchital