Maragogipe, na Bahia, a 130 quilômetros de Salvador, lidera a estatística dos municípios brasileiros que proporcionalmente mais perderam empregos com carteira assinada em 2015, segundo levantamento feito pelo Valor que considerou as mil localidades com mais vagas formais no país.
No início do ano passado, a cidade empregava 4.806 trabalhadores com carteira assinada. A combinação da Operação Lava-Jato com a crise no setor de petróleo, com fortes consequências sobre as operações e os investimentos da Petrobras - além da recessão, que provocou demissões em todo o país -, fez a cidade fechar 3.588 vagas formais, 75% do total, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
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A exemplo de outras cidades do topo do ranking, como Altamira, no Pará, e Ipojuca, em Pernambuco, o fim de grandes obras de construção deixou um expressivo contingente de desempregados na construção civil, setor que proporcionalmente mais demitiu em 2015.
Nas mineiras Itabira e Itabirito, o fim das obras de um projeto de ampliação e recuperação de minas da Vale desempregou milhares de pessoas na construção civil e foi potencializado pela queda no preço do minério de ferro.
Boa parte da mão de obra contratada para esses grandes projetos é composta de migrantes que acabam ficando na região por falta de opção de trabalho em outras cidades, o que pressiona ainda mais os cofres empobrecidos das prefeituras. Itaboraí, no Rio de Janeiro, encerrou o ano com saldo negativo de 15,3 mil vagas, 36,8% do total de dezembro de 2014, por conta da paralisação das obras do polo petroquímico do Comperj. "Muita gente ainda está aqui porque não há outras grandes obras. Os estaleiros estão parados", diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Luiz Fernando Guimarães. A arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS), segundo o secretário, caiu 47%. A prefeitura em crise já demitiu dois mil funcionários comissionados e reduziu em 20% a remuneração dos que ficaram.
Fonte: Valor