Com dívida consolidada no final do primeiro semestre em mais de R$ 1,3 bilhão, a Lupatech encaminha novas ações para equacionar a situação. Uma delas é a venda de ativos que ainda tem em Caxias do Sul, onde a empresa foi fundada, no início da década de 1980. Em leilão marcado para o dia 26 de novembro, haverá a venda de prédio de 3,8 mil m2, onde a companhia funcionava, além de terrenos com um total de 12,5 mil m2. O valor estimado de arrecadação é de R$ 12,2 milhões.
Por meio de e-mail, a área de relações com investidores da Lupatech informou que o leilão faz parte do plano estratégico de desmobilização de ativos e aplicação dos recursos em novos investimentos necessários à operação. A escolha pela ferramenta do leilão, segundo a empresa, deu-se pelo fato de ela maximiza o valor da transação.
A área de relações com investidores assegurou, no entanto, que, mesmo com a venda desses ativos, a Lupatech continuará funcionando em Caxias do Sul, mas com número reduzido de funcionários. O quadro atual é de 150 trabalhadores, divididos entre o Centro de Serviços Compartilhados e a Oil Tools, que produz equipamentos para completação de poços de petróleo e gás e usinagem de precisão, principalmente para os setores automotivo e agrícola.
Outra decisão da diretoria, anunciada por meio de comunicado oficial na bolsa de valores, é a proposição de um plano de recuperação extrajudicial. A intenção é capitalizar a companhia, transformando 85% de títulos em poder de investidores em novas ações. A proposta envolve R$ 383 milhões de debêntures e US$ 298 milhões de bônus perpétuos. Os 15% restantes de cada título seriam trocados por uma nova emissão de debêntures, com vencimento em cinco anos. Há, ainda, R$ 230 milhões de dívidas bancárias, que seriam pagas no período de seis a oito anos ou, a critério dos credores, transformadas em ações. O plano será agora submetido aos credores e, para ser posto em prática, necessita de aprovação de três quintos dos titulares dos bônus perpétuos.
Nos últimos dois anos, a empresa tem feito uma série de ações para equacionar suas finanças. Já vendeu várias unidades e consolidou plano de capitalização, que aportou em torno de R$ 350 milhões e transformou a Bndespar em sua principal controladora. Atualmente a empresa tem sede em Nova Odessa, interior de São Paulo.
Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Roberto Hunoff, de Caxias do Sul
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