A Abiove, entidade que representa as principais indústrias de óleos vegetais que atuam no país, reduziu suas estimativas para a colheita nacional de soja nesta safra 2015/16 e para o volume das exportações brasileiras do grão em 2016 e reforçou que a receita proveniente dos embarques da matéria-prima e seus principais derivados (farelo e óleo) voltará a encolher, pelo segundo ano seguido.
Em levantamento divulgado ontem, a Abiove passou a projetar a colheita da oleaginosa na atual temporada em 98,5 milhões de toneladas, 0,9% menos que o previsto em meados de dezembro, e ajustou o volume das exportações para 54,5 milhões de toneladas, 500 mil a menos em igual comparação. A entidade manteve suas estimativas para os volume de produção e exportação de farelo e óleo de soja.
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Mesmo com as correções, tanto a colheita como o volume de exportações do grão, se confirmados, serão superiores aos resultados do ciclo 2015/15 - 2,4% e 0,3%, respectivamente - e representarão novos recordes históricos. Mas, ainda assim, não serão suficientes para compensar o efeito da queda das cotações internacionais dos produtos do "complexo soja" sobre a receita dos embarques.
Segundo a Abiove, a tonelada do grão será exportada em 2016, em média, por US$ 350, 9,3% menos que em 2015. A do farelo deverá recuar 16%, para US$ 330, e a do óleo cairá 10,3%, para US$ 620.
A previsão para a receita das exportações do grão caiu para US$ 19,075 bilhões, 9,1% abaixo de 2015, enquanto a dos embarques de farelo (14,8 milhões de toneladas) permaneceu em US$ 5,082 bilhões, queda de 12,7%, e a das vendas de óleo (1,4 milhão de toneladas) ficou em US$ 868 milhões, baixa de 24,8%. No total, as exportações do "complexo" passaram a ser projetadas em US$ 25,025 bilhões, 10,5% menos que em 2015 e menor patamar desde 2011.
Fonte: Valor Econômico\Por Camila Souza Ramos e Fernando Lopes | De São Paulo