SÃO PAULO - O Mercosul é importante para o comércio e economia do Brasil e para integração do país na região. No entanto, o bloco precisa ser melhor utilizado pela política externa brasileira, para que possa andar em uma direção desejada pelos formuladores de políticas públicas, na opinião de Ronaldo Costa, diretor do Departamento de Relações Internacionais do Itamaraty.
Ao falar em seminário organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira, em São Paulo, sobre os rumos da política de comércio exterior brasileira, Costa defendeu a flexibilização do bloco sul -americano. Mas esse movimento deve ser feito sem que haja rompimento entre os governos. “Temos de sentar e refletir sobre como fazer a flexibilização sem ferir de morte o Mercosul, que é importante para o Brasil”, disse Costa.
O diretor do Itamaraty citou alguns dados do bloco entre 1991 e 2013, quando o fluxo de comércio intra-bloco aumentou 800%, e o Brasil registrou saldo comercial positivo com o bloco de cerca de US$ 80 bilhões. “O Brasil tem uma diversidade gigantesca na pauta de exportação e de parceiros comerciais. Há um equívoco na visão de que o país só apostou em políticas multilaterais nos últimos anos”, afirmou.
Costa lembrou da efetivação dos acordos de liberação bilateral com Peru, Chile e Colômbia, que vão ficar plenos até o fim da década. Além disso, disse que política de comércio exterior “não é feita no vácuo”, ou seja, responde a visões e pressões internas.
“O setor privado nunca foi grande entusiasta da liberalização comercial. Houve mudança significativa nessa postura nos últimos anos, mas é importante o apoio interno dos indústriais para que a flexibilização seja alcançada”, disse.
Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Pedroso e Diogo Martins
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