O governo britânico iniciou, ontem, sua primeira missão de empresas nascentes de tecnologia ao Brasil. Concentradas em inovação para sustentabilidade nas áreas de energia, transporte, construção civil e tratamento de lixo, 17 companhias do Reino Unido desembarcaram no Rio de Janeiro em busca de oportunidades de financiamento e investidores que possam viabilizar a adaptação de seus produtos no Brasil.
As empresas novatas trazem tanto inovações prontas para ser implementadas como projetos que precisam de aportes para que se tornem realidade.
Entre os produtos está um contêiner capaz de produzir energia através do lixo orgânico. Fabricado pela SEaB Energy, o equipamento de apenas 12 metros de comprimento tem capacidade para processar entre 200 e mil toneladas de resíduos biológicos por ano e é capaz de produzir entre 8 quilowatts (kW) e 55 kW de biogás. O contêiner pode ser instalado em prédios e obras. O resíduo do processo pode ser utilizado como adubo.
"Esta é uma missão de empreendedores. Trazemos projetos relativamente novos com soluções capazes de ganhar muita escala no Brasil", disse ao Valor Mike Pitts, diretor de inovação da Technology Strategy Board - a agência britânica de fomento tecnológico -, responsável pela missão. "A missão busca parcerias voltadas à sustentabilidade, mas o foco real são investimentos", disse Pitts.]
É a primeira missão britânica do tipo à América Latina. Em duas missões semelhantes aos Estados Unidos, 35 empresas levadas pela agência firmaram contratos equivalentes a 117 milhões de libras.
Até quarta-feira, as companhias novatas britânicas terão encontros com empresários e órgãos governamentais no Rio e em São Paulo. Ontem, as empresas visitaram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
"Esperamos que esses jovens passem a conhecer o panorama [empresarial] brasileiro e as linhas de inovação que o BNDES tem para sustentabilidade", afirmou o presidente do banco, Luciano Coutinho, em encontro com representantes da missão britânica. Para ele, a visita é uma oportunidade de cooperação para o setor de tecnologia no Brasil. "O Reino Unido se notabilizou por impulsionar a inovação com base na sustentabilidade", disse.
Fonte: Valor Econômico/Guilherme Serodio | Do Rio
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