A Paranapanema, fabricante de catodos e semimanufaturados de cobre, deu início neste mês aos testes de sua nova fábrica de tubos sem costura em Utinga, onde está a sede da companhia, em Santo André (SP). Seis anos após o início do projeto, a fábrica finalmente será inaugurada em junho deste ano e substituirá a produção de tubos na unidade de Capuava, localizada na mesma cidade.
A nova unidade fabril permitirá à companhia elevar em 150% sua produção de tubos de cobre sem costura, atualmente de 12 mil toneladas, para 30 mil toneladas por ano. Com o aumento de seu porte no segmento, a Paranapanema pretende disputar com concorrentes estrangeiras o mercado de tubos para ar condicionados e refrigeradores, que está aquecido no país, disse ao Valor Edson Monteiro, presidente interino desde janeiro. O nível de importação desse tipo de tubos é alto no Brasil: cerca de 40%.
A intenção da Paranapanema é conquistar empresas localizadas na Zona Franca de Manaus. O executivo acredita que a exigência de conteúdo nacional na produção pode ajudar a companhia a ganhar espaço no mercado.
Os equipamentos da nova fábrica, que foram comprados da China e da Itália, têm uma tecnologia que permite a fabricação de tubos de espessuras mais finas, que são justamente os usados em ar condicionados e refrigeradores. O desembolso da companhia apenas com as máquinas foi de aproximadamente R$ 100 milhões, dois terços do investimento total na unidade, de cerca de R$ 150 milhões.
No comando da empresa desde a saída de Luiz Antonio Ferraz Júnior, Monteiro diz que a Paranapanema estabeleceu como meta dar início às vendas dos tubos de cobre feitos em Utinga ainda no primeiro semestre deste ano, mesma época em que a companhia terminará as modernizações em sua unidade de refino de cobre em Dias D'Ávila (BA).
A nova fábrica foi montada em uma área de 17,2 mil m2 e tem capacidade de produção anual de 30 mil toneladas. A princípio, a partir de junho deste ano, o volume produzido ficará entre 400 e 600 toneladas de tubos de cobre ao mês. Após 12 meses, a companhia espera chegar ao ritmo de 2.500 toneladas mensais.
Hoje, a metalúrgica produz anualmente 12 mil toneladas de tubos de cobre sem costura para o segmento industrial em Capuava, que terá suas máquinas desligadas e será desativada assim que Utinga entrar em operação. Além disso, fabrica no mesmo local seis mil toneladas de tubos para construção civil ao ano. Neste caso, os equipamentos serão transferidos para Utinga e a produção será continuada.
Neste momento, equipes de técnicos chineses acompanham a primeira fase de testes da unidade junto com uma equipe de funcionários da Paranapanema, que posteriormente repassará as instruções aos demais. A fábrica de tubos de Utinga - onde a Paranapanema também produz extrudados (perfis para a construção civil) - vai operar em três turnos, com 145 funcionários.
Apesar de a produção de tubos ser pouco significativa no total de seu faturamento, a companhia é líder em vendas de tubos de cobre sem costura no varejo brasileiro, concorrendo com Termomecanica e grupos estrangeiros. Hoje, fornece tubos para 70% do mercado no setor de construção civil e tem 35% de participação nas vendas ao setor industrial, diz Miguel Angelo de Carvalho, diretor de Negócios da Paranapanema.
Em 2012, a produção de tubos de cobre respondeu por 9% (cerca de R$ 360 milhões) da receita total da companhia - R$ 4 bilhões. Além dos tubos, a companhia produz catodos de cobre, vergalhões, fios trefilados e conexões.
Fonte: Valor Econômico/Olivia Alonso | De Santo André (SP)
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