A Petrobras espera obter ganhos de US$ 404 milhões entre 2016 e 2019, com a implementação de medidas de eficiência operacional em seu parque de refino. A estatal informou ontem que mudanças operacionais e pequenas modificações de projeto nas refinarias têm potencial para render receitas adicionais de US$ 759 milhões até 2019, dos quais US$ 355 milhões já foram obtidos pela empresa até 2015.
Dentro do programa de eficiência e maximização da rentabilidade de seus ativos, a Petrobras espera concluir em 2017 a primeira rodada do Plano de Excelência em Processos (PEP) - que consiste em visitas de equipes técnicas às refinarias para identificação de oportunidades de ganhos de rentabilidade nas unidades.
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O trabalho vem sendo conduzido por uma equipe própria da estatal, com foco nas áreas de refino (destilação, eficiência energética, conversão, confiabilidade, integração, hidrotratamento e automação), logística e comercialização. Já foram avaliadas, até o momento, as refinarias de Paulínia (Replan/SP), Landulpho Alves (RLAM/BA), Henrique Lage (Revap/SP), Duque de Caxias (Reduc/RJ), Getúlio Vargas (Repar/PR), Gabriel Passos (Regap/MG) e Presidente Bernardes (RPBC/SP) - que representam cerca de 80% da capacidade de refino da Petrobras.
O projeto faz parte do Programa de Produção de Médios e Gasolina (Promega). Criada em 2013 para atender à crescente demanda do mercado interno por combustíveis, a iniciativa tem como foco o aumento da produção de derivados a partir de medidas de eficiência e maximização da rentabilidade dos ativos de refino. O programa prioriza os principais produtos da companhia, como diesel e querosene de aviação, gasolina, propeno, lubrificantes e parafinas.
A Petrobras informou, ainda, que em julho registrou novos recordes em processamento de petróleo e produção de derivados na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. Pelo terceiro mês consecutivo, a Rnest bateu recorde de carga média processada, com a marca de 99,18 mil barris de petróleo por dia - volume 2,3% maior que o recorde anterior, obtido em junho (96,96 mil de barris/dia). A refinaria registrou também recordes de produção de diesel S-10, de 373 milhões de litros, e de nafta (46,64 mil toneladas).
Um dos principais centros das denúncias de corrupção da Lava-Jato, a refinaria foi objeto, no balanço da estatal de 2014, de um "impairment" (baixa contábil decorrente da perda do valor recuperável do ativo) de R$ 9,143 bilhões. A unidade é, hoje, a nona maior refinaria da companhia, em termos de volume de petróleo processado, mas a estatal tem planos de ampliá-la.
No mês passado, o conselho de administração da petroleira deu aval para a conclusão da unidade de abatimento de emissões (SNOX), que trata os gases resultantes do processo de produção de combustíveis com baixo teor de poluentes, como o diesel S-10.
A entrada em operação dessa unidade é uma condicionante para que o primeiro trem da refinaria opere a capacidade plena, de 115 mil barris diários. O funcionamento da Rnest está limitado a uma carga de 100 mil barris/dia. Já a decisão final sobre a construção do trem 2 ainda está sendo discutida no âmbito do novo plano de negócios da companhia.
Fonte: Valor Econômico/André Ramalho | Do Rio