Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva nesta quinta-feira (12), depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os aliados do cartel adiaram a decisão sobre novos cortes na produção de petróleo, apesar da acumulação de evidências de um excedente da oferta e de um abrandamento da demanda em nível global.
Os futuros do Brent para novembro fecharam a sessão em queda de 0,70%, a US$ 60,38 por barril, na ICE, em Londres, enquanto os contratos do WTI para outubro caíram 1,18%, a US$ 55,09 por barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
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Na reunião desta semana, a Opep e um grupo de 10 países liderados pela Rússia pediram aos produtores, que participam do acordo de cortes, para "intensificarem os esforços no sentido de alcançarem uma conformidade total" em relação ao combinado. No entanto, o novo ministro da Energia da Arábia Saudita declarou, antes da reunião desta quinta, que não vai ser feito qualquer ultimato aos países que não cumprem inteiramente os cortes de produção estabelecidos pela Opep.
Também pesa no mercado dados da Agência Internacional de Energia (AIE), que mostram que a oferta dos produtores externos ao cartel vai subir para 2,3 milhões de barris por dia em 2020.
Contudo, Warren Patterson, do ING, disse que o maior risco para o futuro dos preços do petróleo é os Estados Unidos aliviarem as sanções ao Irã. Se o fizerem, Patterson calcula que o excedente global de pouco mais de 1 milhão de barris por dia, no primeiro semestre do próximo ano, aumente para mais de 2 milhões de barris por dia. Esta situação pode levar a Opep e seus aliados a prolongarem e aprofundarem os cortes de produção, atualmente agendados para terminar em março de 2020.
Fonte: Valor