Referência mundial em consultoria e serviços para a indústria de celulose e papel, a multinacional Pöyry avalia que 2016 será um ano melhor em volume de projetos no Brasil, em linha com o esperado para as demais operações da multinacional.
A expectativa, disse ao Valor o presidente global da Pöyry, Martin à Porta, é a de que todas as unidades de negócio no país contribuam para esse desempenho, com destaque para as áreas de celulose e papel e de química. "Há um maior número de competidores e o cenário não é mais fácil [que 2015]. Mas 2016 deve ser um ano melhor em termos de volume."
PUBLICIDADE
Em visita ao Brasil na primeira semana de abril, o executivo, que assumiu o comando da Pöyry em 1º de janeiro, não se mostrou intimidado pelas incertezas políticas que pairam sobre o país e lembrou que, além do fato de haver no país indústrias com bom desempenho, a desvalorização do real confere competitividade aos produtos brasileiros no mercado global, abrindo perspectivas positivas sobretudo para as exportadoras. "Isso acaba beneficiando os negócios da Pöyry", comentou.
Neste momento, entre outros projetos, a consultoria está presente em um dos maiores investimentos em curso no país, o Horizonte 2, da Fibria, em Três Lagoas (MS). O projeto envolve a construção da segunda linha de produção da companhia naquela unidade, com capacidade instalada para 1,75 milhão de toneladas por ano de celulose de eucalipto, mediante desembolso de R$ 8,7 bilhões.
Durante a passagem pelo país, à Porta visitou clientes brasileiros e apresentou a nova visão da consultoria, "The Connected Company" (a empresa conectada), cujo objetivo é aproximar ainda mais a Pöyry de seus parceiros, com os benefícios do uso mais racional do tempo e do ganho de eficiência. "A maior proximidade com o cliente e a presença de times [de profissionais] globais permitem a melhor execução de um projeto", disse.
A nova visão é sustentada por três pilares: simplificação, ganho de escala e foco nos negócios centrais. "Vamos fazer melhor o que já fazemos", explicou à Porta, acrescentando que está no foco da empresa acompanhar megatendências como automação e digitalização de processos, eficiência energética e os chamados "biofutures", produtos desenvolvidos a partir de biomassa.
No ano passado, as vendas líquidas da consultoria, que tem sede na Finlândia, totalizam € 575 milhões, com alta de apenas 0,7% na comparação com 2014, e a companhia voltou ao terreno positivo com lucro de € 6 milhões, revertendo o prejuízo de € 28 milhões registrado um ano antes.
Conforme à Porta, foi um ano de recuperação frente a 2014, mas não nos níveis almejados. "O Brasil também teve um ano difícil e a crise econômica reduziu o volume de negócios", afirmou. O país está entre as maiores operações da Pöyry, em ranking que é liderado pela Finlândia.
Fonte: Valor Econômico/Stella Fontes | De São Paulo