A Petrobras venceu três categorias da premiação “Deals of the Year” (Negócios do ano), concedida pela revista norte-americana Latin Finance para reconhecer instituições e operações financeiras realizadas nos mercados de capitais da América Latina e Caribe em 2018. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (31), durante cerimônia em Nova York.
Pelo terceiro ano consecutivo, a Petrobras foi premiada no quesito “Operação de gestão de dívidas corporativas do ano” (liability management). A companhia foi lembrada também como “Empresa emissora do ano” e venceu, ainda, a categoria “Empréstimo sindicalizado do ano”. Segundo a revista, as premiações refletem a estratégia global da Petrobras em mercados de dívidas.
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“O ano de 2018 foi muito importante para a companhia, não apenas porque entregamos as metas que esperávamos cumprir, mas também porque fomos capazes de realizar intensos exercícios de redução de dívida, o que é muito importante para o ajuste da nossa estrutura de capital e também para essa nova fase da companhia”, diz Bianca Nasser, gerente executiva de Finanças, que recebeu o prêmio pela Petrobras.
Operações financeiras
Em 2018, a Petrobras realizou cinco operações de gestão de dívida no mercado de capitais internacional, com resgates antecipados e recompra de títulos com vencimentos de 2019 a 2023 e em 2029, 2040, 2041 e 2043. Como resultado, foram realizados pré-pagamentos no total de US$ 13,7 bilhões. Das cinco operações, quatro ocorreram no período avaliado pela revista (outubro de 2017 a setembro de 2018).
“Depois de todos os exercícios, nós temos um cronograma de pagamento de dívida de menos de 14 bilhões de dólares para o triênio. Este número já foi superior a 40 bilhões de dólares, há três anos. Vamos continuar tratando os cronogramas para 2022, 2023 e 2024, mas agora temos menor pressão no curto prazo, o que nos permite encontrar o melhor momento para uma nova operação”, informa Bianca.
Reconhecida pela Latin Finance como “Empréstimo sindicalizado do ano”, a linha de crédito compromissada contratada junto a um sindicato de 17 bancos, em março de 2018, no valor de 4,35 bilhões, contribuiu para reforçar a liquidez da Petrobras, possibilitando maior eficiência na gestão do caixa. Esta operação permite que a companhia utilize os recursos contratados conforme suas necessidades, por meio de saques, reduzindo o volume mínimo de caixa necessário para o cumprimento, com segurança, de suas operações futuras.
Segundo Bianca, a companhia trabalha, no momento, com caixa em torno de 14 bilhões de dólares, mas pode reduzir ainda mais, caso novas linhas de crédito rotativo sejam contratadas. “Temos uma situação confortável para trabalhar no nível aproximado de 11 bilhões de dólares, após a contratação da nova linha”, prevê a gerente executiva."
Já a seleção na categoria “Empresa emissora do ano”, deve-se à operação de emissão de títulos em dívida concluída em fevereiro de 2018, no valor de US$ 2 bilhões e vencimento em 2029. A demanda alcançou cinco vezes o valor da oferta e a taxa de retorno ao investidor (juros efetivos) foi a mais baixa dos últimos seis anos. Com os recursos arrecadados, foram liquidados antecipadamente títulos (global notes) com vencimento em 2019. Apesar do sucesso da operação, Bianca não prevê forte atuação no mercado de novas emissões no curto prazo. “Seremos muito conservadores, focando em reduzir custos e também estendendo vencimentos”, explica.
A revista Latin Finance cobre os mercados financeiros e as economias da América Latina e do Caribe. Anualmente, a revista promove o Deals of the Year Awards (Prêmio Negócios do Ano), premiação na qual reconhece a excelência de operações realizadas nos últimos 12 meses nos mercados financeiros. Os jurados levam em consideração o tamanho, a complexidade, a importância no mercado e a execução da transação.