A produção de petróleo brasileira vai avançar até 2040 em um ritmo anual superior à do mega produtor Estados Unidos, apontou nesta quinta-feira a petroleira BP, em seu relatório global sobre perspectivas do setor de energia.
Além disso, ressaltou o estudo, o Brasil responderá por 23 por cento do aumento da produção mundial de petróleo entre 2017 e 2040.
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A extração do Brasil será impulsionada pelos campos de alta produtividade do pré-sal, que tem atraído investimentos não só da Petrobras, mas de companhias como Exxon Mobil e Shell, entre outras petroleiras globais.
A produção do Brasil deverá aumentar 70 por cento até 2040, ante os níveis de 2017, para 5 milhões de barris por dia em média. Isso significa um crescimento anual de 2,3 por cento no período.
Já a extração dos EUA —que produz atualmente quase cinco vezes mais que o Brasil, com o impulso da indústria de petróleo não convencional (“shale”)— crescerá para 19 milhões de barris ao dia até 2040, uma taxa anual de 1,3 por cento.
CONSUMO CRESCE MAIS
O consumo brasileiro de energia crescerá 2,2 por cento ao ano, mais rápido do que o crescimento mundial (1,2 por cento ao ano), destacou a BP, acrescentando que a participação do mercado brasileiro no global aumentará para 3 por cento até 2040.
O relatório também destacou que as energias renováveis (incluindo biocombustíveis) ganham uma parcela significativa no mix de energia do Brasil, respondendo por 23 por cento até 2040 (ante 14 por cento em 2017).
Neste período, está previsto um forte aumento da produção de biocombustíveis no Brasil, com a implementação das regras do RenovaBio, que poderia praticamente dobrar a produção de etanol nos próximos dez anos, com a demanda subindo na mesma proporção, 47,1 bilhões de litros em 2028, segundo dados do governo brasileiro.
“O Brasil continua sendo o segundo maior usuário mundial de biocombustíveis depois dos EUA; em 2040, 22 por cento do total de líquidos consumidos são biocombustíveis.”
O maior consumo de renováveis até 2040 no Brasil segue uma tendência global, conforme o relatório, que apontou um ritmo sem precedentes de demanda para a energia mais limpa.
A participação das renováveis na geração de energia elétrica dobra para um terço em 2040, segundo a BP, que destacou ainda que o uso de gás também ganha peso no mix, enquanto a limitação do crescimento da capacidade hídrica significa que esta fonte perde participação.
Fonte: Reuters