O Florestas de Valor atua nas regiões do Amazonas e Pará para autonomia e desenvolvimento sustentável das comunidades
Exemplo de bioeconomia para conservação da Amazônia, o projeto socioambiental Florestas de Valor será apresentado, nesta terça-feira, dia 15/11, na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas - COP-27, pela gerente executiva de Responsabilidade Social da Petrobras, Rafaela Guedes.
Desenvolvido nos municípios de São Félix do Xingu, Oriximiná e Alenquer, no estado do Pará, e no interior do Amazonas, em Nhamundá, a base do projeto é a conservação da floresta por meio do manejo sustentável de produtos não-madeireiros, como a castanha-do-Brasil, açaí, cacau, cupuaçu, e o óleo de copaíba e andiroba. O projeto trabalha ainda com ações de capacitação e conscientização das comunidades locais para possibilidade de venda e ampliação dos mercados desses produtos.
A Petrobras apoia o Florestas de Valor pelo Programa Petrobras Socioambiental. Neste período, mais de sete mil pessoas foram capacitadas. As comunidades integram um processo de ensino-aprendizagem e práticas de gestão e uso da terra, que aliam a conservação dos recursos da natureza, geração de renda e garantia dos direitos às populações tradicionais e trabalhadores.
“Nosso objetivo neste projeto é valorizar a floresta em pé e empoderar as comunidades locais com a promoção de atividades que geram renda para elas e ao mesmo tempo conservam a floresta. Atuamos com o conceito de sociobioeconomia, da agroecologia e agricultura de baixo carbono, contribuindo para o incremento de estoques de carbono e a redução de emissões de gases do efeito estufa ao mesmo tempo em que estimulamos a crescente autonomia das comunidades " destaca Rafaela Guedes, gerente executiva de Responsabilidade Social da Petrobras.
Na comunidade de Jarauacá, por exemplo, era comum a extração de árvores nativas como Jataí e a Mari-Mari como forma de sustento. Cada árvore era vendida, em média, por R$ 300. Com a atuação do Florestas de Valor na região, a comunidade compreendeu uma nova forma de sustento: manter a árvore em pé e extrair o óleo da copaíba, que hoje é vendido por aproximadamente R$ 30 o litro. Uma árvore chega a produzir, por colheita, até 18 litros. Além da conscientização, os moradores se tornam multiplicadores do conhecimento, muitos deles realizam capacitação em outras comunidades para compartilhar as melhores técnicas de extração sustentável do óleo.
Ganhos de escala com o sistema de garantia de origem
O Florestas de Valor também viabilizou parcerias comerciais entre as comunidades e empresas interessadas nos produtos produzidos. Além disso, possibilitou a inclusão de produtores no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que determina que, no mínimo, 30% dos itens da merenda escolar local sejam adquiridos de agricultores familiares, o que gera uma demanda fixa de diversos gêneros alimentícios, incluindo a polpa de fruta, produzida pelos participantes do projeto. Com isso, o projeto fortalece as comunidades que vivem na região e suas relações com os poderes públicos, empresas e entidades privadas.
O primeiro contrato com o projeto contribuiu para o desenvolvimento e implantação piloto de um sistema de garantia de origem para produtos de Áreas Protegidas no corredor do Xingu, iniciativa denominada Origens Brasil. Esse sistema garante a certificação socioambiental da procedência dos produtos, a rastreabilidade da cadeia produtiva e a possibilidade de aumentar a escala de produção de forma sustentável.
“Com o projeto Floresta de Valor, estamos desenvolvendo mais mercados consumidores que valorizem a garantia de origem e rastreabilidade dos produtos. A partir disso, nossa expectativa é que a renda gerada para as comunidades envolvidas alcance R$ 4 milhões até 2025”, comenta Rafaela Guedes.
Até o momento, a Petrobras investiu voluntariamente mais de R$ 1 bilhão em projetos socioambientais. São apoiadas iniciativas voltadas para desenvolvimento econômico sustentável; educação; conservação da biodiversidade costeira e marinha; e conservação de florestas e áreas naturais.
Atualmente a Petrobras apoia projetos desenvolvidos nos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga e Cerrado. Em 2021, estes projetos atuaram na recuperação ou conservação de cerca de 3% do território doméstico (mais de 175 mil hectares de florestas e áreas naturais, além do fortalecimento de mais de 25 milhões de hectares de áreas protegidas).
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