A Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) estuda a possibilidade de perfurar um poço exploratório na camada pré-sal abaixo do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, investimento estimado em US$ 125 milhões. O diretor-presidente e de exploração da empresa, Lincoln Guardado, diz que a decisão deve ser tomada entre 2019 e 2020, quando está prevista a conclusão do projeto definitivo de produção de Atlanta.
"Temos a identificação de uma oportunidade embaixo de Atlanta, de pré-sal. Ela está identificada. Quando vai ser perfurada, ainda não temos [previsão]. Hoje, o foco é começar a produzir em Atlanta, para gerar fluxo de caixa", disse Guardado a jornalistas, após participar de reunião com integrantes da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado e Capitais (Apimec), no Rio.
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Segundo o executivo, o início de produção em Atlanta está previsto para o primeiro trimestre de 2018, a partir de um sistema de produção antecipada. O navio-plataforma que fará a produção deve chegar ao Brasil até o fim deste ano.
A expectativa é que o sistema produza cerca de 20 mil barris diários de petróleo nos primeiros meses. Há a expectativa de aumentar a produção para 30 mil barris diários, com a possibilidade de perfuração de um terceiro poço de produção, no segundo semestre de 2018. O novo poço exigirá investimentos de US$ 45 milhões.
O início de produção em Atlanta sofreu atraso por questões técnicas envolvendo a plataforma, que será afretada da Teekay Offshore. O atraso, contudo, não foi necessariamente ruim. Isso porque a QGEP negociou um aditivo com a Teekay para reduzir, de US$ 480 mil/dia para US$ 410 mil/dia, a taxa de afretamento, durante os primeiros 18 meses da produção. Além disso, lembrou o diretor de Produção da QGEP, Danilo Oliveira, com o atraso, a petroleira tirou proveito da recuperação do preço internacional do petróleo.
Também está no foco da QGEP uma solução para a composição do consórcio dono do BS-4. Isso porque a Dommo Energia (antiga OGX), que possui 40% do bloco, está inadimplente em cerca de R$ 100 milhões com o consórcio e não teria condições de fazer frente aos novos investimentos planejados pelo grupo, como a possibilidade de perfuração de um poço na camada pré-sal.
A Dommo vem tentando vender sua fatia no bloco. Guardado disse esperar uma definição do negócio antes do início de produção em Atlanta. A QGEP é a operadora do bloco, com 30%. A outra sócia é a Barra Energia, também com 30%.
"Fomos comunicados de que a Dommo tinha interessados [pelo ativo]. Não queremos chegar no primeiro óleo [início de produção] de Atlanta com esse impasse presente", disse Guardado, lembrando que o consórcio ainda terá que investir US$ 35 milhões na implantação de um sistema de escoamento de gás natural do campo.
Fonte: Valor