Com o adiamento do megaleilão do excedente da cessão onerosa para 2019, a 5ª Rodada do Pré-sal, na próxima semana, ganha importância na estratégia das petroleiras. A depender do desfecho da eleição presidencial, a licitação, que oferecerá quatro áreas nas bacias de Santos e Campos, pode ser a última oportunidade de contratação de blocos no polígono do pré-sal durante pelo menos quatro anos.
Às vésperas do leilão, executivos de petroleiras internacionais se reúnem na semana que vem, no Brasil, durante o congresso Rio Oil & Gas, com um olho na rodada e o outro na política. Eles estão em busca de novos negócios, mergulhados em um clima de incerteza sobre o futuro das regras da indústria petrolífera.
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Mudanças regulatórias - como a flexibilização da política de conteúdo local e o fim da operação única da Petrobras no pré-sal - ajudaram a criar um ambiente de negócios favorável às petroleiras. Desde o ano passado, os leilões já atraíram R$ 21 bilhões em bônus de assinatura das áreas exploratórias adquiridas em leilão. A preocupação, agora, é com o risco de retrocesso no novo marco regulatório.
Os candidatos dividem-se entre posições favoráveis e contrárias a uma série de temas de interesse das petroleiras, que vão desde o conteúdo local à continuidade ou não dos leilões do pré-sal, liberdade de preços dos combustíveis e desinvestimentos da Petrobras. Entre os melhores colocados nas pesquisas, ao menos dois deles - Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT) - têm discursos mais estatizantes. Ciro chegou a anunciar que pretende revogar, com as devidas indenizações, os leilões de pré-sal já realizados.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), José Firmo, a expectativa é que o interesse demonstrado pelas companhias nos últimos leilões se mantenha na 5ª Rodada. O presidente da Queiroz Galvão Exploração e Produção, Lincoln Guardado, sugere que a prioridade para o futuro governo seja garantir que não haja retrocessos.
Fonte: Valor