Encerrada oficialmente, a safra brasileira de grãos e fibras 2017/18 foi a segunda maior da história, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com 228,3 milhões de toneladas. No ciclo anterior, quando o recorde foi estabelecido, o país colheu 237,67 milhões de toneladas, portanto, 3,9% mais que agora.
A soja e o milho, as principais culturas do país, responderam por uma produção de 119,2 milhões e 81,3 milhão de toneladas, respectivamente, com alta de 4,6% e queda de 16,8% ante a temporada anterior. Do total de milho produzido, 54,5 milhões de toneladas são responsabilidade da safra de inverno, o que representa um recuo de 19,1% frente à 2016/17.
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No caso da soja, tanto área plantada quanto a produtividade da semente registraram ganhos significativos, ajudando a impulsionar os volumes finais do carro-chefe do campo brasileiro. Em área, a oleaginosa saiu de 33,91 milhões de hectares para 35,14 milhões de hectares entre um ciclo e outro, no maior ganho absoluto entre todas as culturas analisadas. Comparado ao que se plantada de soja no Brasil em 2006/07, os plantios evoluíram nada menos que 69,9%, observa a Conab.
A produtividade média da semente de soja também deverá ter encerrado este ciclo com um recorde de 3.394 quilos/hectare. Além do melhor pacote tecnológico, o bom desempenho da semente foi favorecido por precipitações e temperaturas favoráveis neste ciclo.
Com o recuo no milho, a Conab reduziu, pela terceira vez consecutiva, a projeção de exportações do cereal em 2017/18. A expectativa, agora, é de 25,5 milhões de toneladas embarcadas, menor que a estimativa de 27 milhões de toneladas do mês passado e bem aquém das 32 milhões estimadas em junho. Em 2016/17, foram exportadas 30,84 milhões de toneladas de milho pelo Brasil.
Ainda assim, apesar da redução, a estimativa da Conab é bem mais otimista que a da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que prevê 20 milhões de toneladas exportadas, afetada sobretudo pelo estabelecimento de preços mínimos para o frete rodoviário no país.
Também nesta safra é importante ressaltar o aumento da produção de algodão em pluma, calculada hoje em 2 milhões de toneladas pela Conab, representando 31,1% mais que na temporada anterior. A colheita de feijão da segunda safra também cresceu 1,2%, conforme as estimativas do órgão, para 1,21 milhão de toneladas.
No que diz respeito a área de plantio, 2017/18 finalizou com 61,7 milhões de toneladas, 1,4% mais que em 2016/17. Portanto, a safra atual não será maior que a passada simplesmente porque houve queda de 5,2% na produtividade média das lavouras. A estimativa da Conab aponta para 3.698 quilos por hectare ante 3.704 quilos por hectare em 2016/17, quando o país teve um clima considerado espetacular.
Fonte: Valor