SÃO PAULO - Preocupados com o excesso de aço no mundo e a concorrência internacional, empresários do setor siderúrgico brasileiro apresentaram hoje ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, uma série de reivindicações para ampliar a produção e o consumo do produto no país.
Durante palestra no Congresso Brasileiro do Aço, o diretor-presidente da Usiminas, Wilson Brumer, observou que, apesar do crescimento econômico dos últimos anos, o Brasil tem sérios problemas de competitividade.
Como exemplo, citou a guerra fiscal entre os Estados. “Isso inibe a produção local e permite que outros países entrem no Brasil sem passar pelas mesmas dificuldades que nós’’, afirmou Brumer ao lembrar que o país sofre com a burocracia, tem gargalos na infraestrutura, câmbio apreciado, juros altos e enormes encargos sociais.
Segundo o presidente da Usiminas, o Estado brasileiro deve trabalhar em conjunto com a iniciativa privada para promover ações que assegurem para toda a indústria condições isonômicas de competitividade.
O presidente da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Mario Baptista Filho, acredita que a principal razão para o baixo consumo de aço no pais está no fato de que a infraestrutura brasileira não consegue acompanhar o crescimento da economia.
O aumento da importação do produto, complementou, é apenas um efeito colateral da guerra fiscal. Para evitar uma maior perda de competitividade, Baptista Filho defendeu que o governo federal reforce os processos de defesa comercial e faça pesados investimentos em educação.
O presidente da ArcelorMittal Brasil estima que a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 vão elevar o consumo de aço em oito milhões de toneladas no acumulado deste período.
Apesar das dificuldades, o diretor executivo de marketing, vendas e estratégia da Vale, José Carlos Martins, está um pouco mais otimista e prevê um aumento da demanda pelo aço no Brasil e no exterior. Segundo ele, o mundo vive um processo significativo de urbanização que vai levar ao aumento da produção.
“A China deixou de ser uma economia de subexistência para ser uma economia de mercado. E o Brasil já tem um déficit estrutural de aço se pensarmos em um prazo de 10 anos’’, afirmou Martins ao prever que o crescimento da economia nacional neste período vai obrigar o país a quase dobrar a sua atual produção.
(Fonte: Valor Econômico/Fernando Taquari)
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