De São Paulo - Está marcado para hoje, às 15 horas, na BM&FBovespa, o leilão da oferta pública da Vale pelas ações da mineradora Paranapanema. A operação por 100% dos papéis com direito a voto da companhia pode movimentar até R$ 2 bilhões.
O leilão deve chamar a atenção do mercado. Ex-blue chip da bolsa na década de 80, quando era a maior produtora mundial de estanho, a Paranapanema é atualmente controlada pela BNDESPar e pelos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Sistel (operadoras do antigo sistema Telebrás), que somam mais de 53% do capital da empresa, formado apenas por ações ordinárias.
O preço da oferta é de R$ 6,30 por papel, o que significa um prêmio de 8,6% sobre o fechamento do dia anterior do anúncio e de 22,4% sobre a média ponderada pelo volume dos preços de fechamento nos pregões dos 90 dias anteriores. Ontem, a ação fechou em R$ 6,15.
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Os acionistas majoritários, com exceção da Sistel, também integram o bloco de controle da Vale. A coincidência societária é apontada como um problema do negócio, já que a presença dos mesmos acionistas no controle de ambas as empresas poderia configurar conflito de interesse.
Além disso, quando anunciada, a oferta provocou questionamentos. Sílvio Tini, o maior e mais antigo acionista individual da Paranapanema , único remanescente da família fundadora, disse na ocasião que não tinha nada contra a oferta da Vale, "a não ser o preço". "Para beneficiar não só seus acionistas, mas também os da Paranapanema, a Vale deveria nos oferecer uma relação de troca justa de sua ação pela da Paranapanema , numa operação em que não entraria dinheiro, só papéis", sugeriu ele.
Desde 1996, quando foi comprada por um consórcio de fundos de pensão, a Paranapanema tem sido uma despesa para os controladores. Os sócios já injetaram mais de R$ 3 bilhões no negócio - dos quais, R$ 1,5 bilhão de recursos da Previ.
Fonte: Valor Econômico
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