A fabricante de motores elétricos WEG, com sede em Jaraguá do Sul, anunciou ontem ao mercado a troca do seu diretor de relações com investidores. Em comunicado, a empresa esclarece que Alidor Lueders renunciou ao cargo, que passa a ser responsabilidade de Laurence Beltrão Gomes. O executivo assumiu em fevereiro a diretoria financeira da empresa e, agora, vai acumular as duas funções.
A troca na diretoria foi anunciada em meio à divulgação dos resultados da companhia. A WEG fechou o primeiro trimestre de 2010 com menor receita líquida trimestral, em valores corrigidos, dos últimos três anos.
Lueders trabalhou 39 anos na empresa. Por meio da assessoria de imprensa, a companhia informou que mais esclarecimentos serão concedidos hoje, durante a teleconferência com analistas.
Com uma receita operacional líquida de R$ 931,9 milhões, 11% menor, o resultado não agradou ao mercado. A corretora Ativa classificou como negativo o desempenho da companhia.
No comunicado feito ao mercado, no entanto, a corretora manteve a visão positiva para a empresa este ano. O elevado nível de utilização da capacidade instalada no país, aliado ao alto índice de confiança da indústria e a expectativa de crescimento do produto interno bruto é o que reforça o parecer positivo da Ativa em relação à WEG.
Ontem, as ações da companhia fecharam em queda de 3,81%, cotadas a R$ 17,40.
Apesar da queda de dois dígitos na receita de vendas, o recuo foi mais brando no lucro líquido do primeiro trimestre de 2010. Com R$ 119,1 milhões, o resultado ficou 2,6% menor do que o obtido no mesmo período de 2009. A margem líquida foi de 12,8% no trimestre e o retorno sobre patrimônio líquido anualizado foi de 20,2.
Em seu comentário, o diretor de RI, Alidor Lueders, enfatizou que o resultado do trimestre observou a tendência de recuperação gradual dos mercados. Na análise, ele destacou a importância do consumo interno para a companhia.
"A recuperação da demanda por nossos produtos é mais clara ou mais intensa à medida que a produção dos segmentos industriais que são nossos clientes está mais ligada ao consumidor brasileiro. O dinamismo econômico se irradia e já atinge os segmentos de bens de capital mais ligados ao aumento da capacidade produtiva da indústria de bens de consumo", destacou o diretor no comunicado.
Em relação ao mercado externo, o diretor de relações com investidores destacou a recuperação mais intensa nos mercados emergentes e na América Latina e uma resistência maior da Europa e América do Norte. Além da retração dos mercados, a valorização cambial - de cerca de 27% nos últimos 12 meses - pressionou o resultado.
Ainda em relação às operações no mercado externo, os investimentos no trimestre atingiram R$ 61,4 milhões, com destaque para a nova fábrica de motores de alta tensão e geradores na Índia, que deverá entrar em operação no decorrer do segundo semestre de 2010.
Ontem, a WEG colocou à disposição do seus investidores um documento com detalhes sobre a proposta de financiamento junto ao International Finance Corporation (IFC) para as obras da fábrica. Dos US$ 95 milhões do investimento total, US$ 25 milhões seriam financiadas pelo IFC. A fábrica produziria 250 motores e geradores por ano. O terreno fica no Complexo Industrial SIPCOT, a 40 km ao sul de Bangalore.
Fonte: Valor Econômico/ Júlia Pitthan, de Florianópolis
PUBLICIDADE