O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se prepara para financiar as sondas de perfuração que vão operar em águas profundas para a Petrobras. Estimativas preliminares da Superintendência de Insumos Básicos da instituição indicam que o crédito pode chegar a R$ 15 bilhões considerando-se a construção de 28 unidades em estaleiros nacionais, com índice médio de nacionalização de 55%.
O banco conversa sobre o assunto com a Petrobras e com a Sete Brasil, empresa que tem sob contrato o portfólio das sondas. Roberto Zurli, diretor das áreas de insumos básicos e infraestrutura do BNDES, afirma que não será criada uma nova linha de financiamento para as sondas, mas haverá operações específicas envolvendo cada unidade. O crédito será em dólares, a moeda de referência da indústria de petróleo e gás.
Assuntos relacionados
A Sete Brasil, que tem bancos, fundos de pensão e a Petrobras como sócios, entrou com carta-consulta no BNDES pedindo financiamento para as sete primeiras unidades, previstas para serem construídas no Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco. O pedido está em análise e o banco não comenta os valores envolvidos.
O diretor do BNDES afirmou que essas sete primeiras sondas têm índices gerais de conteúdo nacional que começam em 55% e chegam a 65%. Mas também há requisitos específicos de nacionalização para os pacotes de perfuração e de posicionamento dinâmico que vão equipar as unidades. "Na parte dos serviços elegíveis pelo banco para financiamento, a participação do BNDES pode chegar a até 80%. E 100% nos equipamentos nacionais", explicou Zurli.
Cada sonda vai ser desenvolvida por uma sociedade de propósito específico (SPE) que terá a Sete Brasil e um operador como sócios. O banco considerou um prazo médio de amortização de 15 anos para as sete primeiras unidades. Além das sete sondas do EAS, a Sete Brasil ganhou o direito de desenvolver outras 21 a serem afretadas à Petrobras. Os prazos do crédito serão os mais longos possíveis de acordo com os contratos de afretamento a serem celebrados entre cada SPE e a Petrobras, que vão de 10 a 20 anos. As sondas também receberão financiamento de outros bancos.
Fonte:Agência Estado/Francisco Góes e Cláudia Schüffner | Do Rio
PUBLICIDADE