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Leilão da área de Libra vira campo de batalha

Disputa marcada para a próxima segunda-feira é alvo de manifestantes contrários à licitação, mas governo descarta adiar evento

Prontidão da Força Nacional de Segurança, plataformas marítimas sob risco de ter a produção interrompida, suspeitas de espionagem e troca de farpas em Brasília. Não é guerra nem calamidade pública, mas para alguns é como se fosse. Aproxima-se a data do primeiro leilão do pré-sal, a área de Libra.

Sob a bandeira de nacionalismo, grupos de petroleiros e políticos bradam contra a participação de companhias estrangeiras e tentam adiar a disputa na próxima segunda-feira, enquanto o governo garante que o leilão está de pé.

Carta de apresentação do modelo de partilha definido pelo país para a exploração do pré-sal, o leilão de Libra definirá o consórcio que irá se associar à Petrobras para explorar a área com potencial estimado entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo. Onze empresas confirmaram interesse em participar, 10 delas estrangeiras. Estima-se que serão investidos R$ 181,8 bilhões em 35 anos no local.

– O que o governo não pode fazer é ceder, isso seria péssimo para o futuro do pré-sal – entende o ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Haroldo Lima, alvo de chuva de ovos numa manifestação em evento do órgão regulador em agosto por defender os leilões.

Quem deseja o adiamento do leilão, como entidades de petroleiros, argumenta haver ameaça à soberania nacional, por entender que empresas estrangeiras poderiam definir o futuro do petróleo no país. E lembra que o volume pode ser superior ao estimado, o que poderia configurar o leilão como um negócio ruim para o Brasil.

– A Petrobras teria condições de operar sozinha em Libra. Quem tem petróleo, tem toda a garantia para obter empréstimo com juro baixo – diz o vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Fernando Siqueira.

Especialista em economia brasileira da UFRGS, Pedro Fonseca enxerga os protestos como um movimento mais corporativista do que nacionalista. Diferentemente da campanha que mobilizou o país nos anos 1940 e 1950, quando bradava-se nas ruas "O Petróleo é Nosso", desta vez a campanha parece mais atender a interesse de categorias, observa. Para Marcus Coester, coordenador do Comitê de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), a discussão tem motivações econômicas:

– O Brasil descobriu uma riqueza enorme em petróleo. Agora, os petroleiros querem uma nova partilha disso.

Aconselhada por ministros mais próximos, como Guido Mantega, a presidente Dilma Rousseff não cogita cancelar o leilão. Além de ceder às pressões, a decisão abalaria a imagem do país no Exterior, em especial diante de investidores, já de olho em licitações futuras. No governo, argumenta-se que o modelo de partilha foi aprovado no Congresso, após dois anos de discussões.

Fonte: ZERO HORA/Erik Farina/Colaboraram Guilherme Mazui e Vagner Benites






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