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Confiança de petroleiras e fornecedores cai no Brasil

O agravamento da crise político-econômica no Brasil e a persistência do cenário de baixa do preço do petróleo estão derrubando os índices de confiança da indústria brasileira de petróleo e gás a patamares ainda menores que os do ano passado e já reforçam a intenção das empresas de recorrer a novos cortes de pessoal em 2016. Essa é a conclusão de um estudo da consultoria norueguesa DNV GL, que mostra que as petroleiras e fornecedores continuam preocupados em reduzir investimentos e gastos operacionais, mas que também começam a priorizar estratégias para aumentar a eficiência de seus negócios no longo prazo.

Segundo a DNV GL, a confiança da indústria brasileira de petróleo e gás caiu 12 pontos percentuais desde o ano passado, de 28% para 16% - índices bem abaixo da média global de 30%. Para Alex Imperial, gerente regional de Óleo e Gás da DNV GL na América do Sul, o resultado da pesquisa global de intenção, realizada com 921 executivos do setor e com 50 empresas brasileiras, reflete não só a preocupação previsível do mercado com os preços baixos do barril do petróleo, mas também uma desconfiança maior dos brasileiros com a crise doméstica. Ontem, o barril do tipo Brent fechou a US$ 31,31, com queda de 4,66%.


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"Temos alguns aspectos internos que contribuem para isso, como a Operação Lava-Jato, que impacta fortemente a indústria de óleo e gás. Além disso, temos uma crise econômica doméstica e uma crise política que de certa forma acabam impactando. Discussões importantes para fomentar o setor de óleo e gás num momento de crise acabam em segundo plano", avalia.

Essa percepção negativa da indústria nacional, segundo ele, mostra um setor mais propenso a cortar custos, seja por meio de demissões, seja a partir da redução de investimentos. De acordo com o relatório da DNV GL, cresceu a intenção das empresas de reduzirem seu quadros pessoais em 2016: ao todo, 31% dos entrevistados brasileiros disseram que reduzir pessoal está na prioridade de suas estratégias para cortar custos, contra uma intenção de 21% no ano passado. "Olhando para o curto prazo, a principal prioridade da indústria continua sendo cortar pessoal. Houve um aumento da intenção, até porque a situação continua se deteriorando", disse Imperial.

O consultor destacou também que o cenário de baixa dos preços do barril estimulará as empresas a mudar o foco da otimização dos investimentos para a eficiência operacional: 58% dos entrevistados brasileiros concordam que essa é a tendência, contra a média global de 46%. "A indústria brasileira continua com certo foco no gerenciamento de investimentos, mas começa a expandir seu olhar para o opex [operação e manutenção] e a intensificar corte de pessoal", resume.

O gerente da DNL GL alerta que o pensamento na redução de custos traz preocupações sobre a segurança operacional, mas que o relatório também traz pontos positivos, como a maior preocupação com o longo prazo. "Fica muito nítido que as medidas de curto prazo que a indústria brasileira vem tomando para lidar com essa crise estão sendo balanceadas com medidas de mais longo prazo. Isso é fundamental para a sustentabilidade da indústria", comenta.

Ao todo, segundo a norueguesa, 82% dos entrevistados no país estão preparando suas empresas para um período mais longo de preços baixos do petróleo (a média global é de 73%). "O fato de prever que a crise é duradoura é o ponto de partida para a adoção de medidas de longo prazo. Mostra que medidas de curto prazo não são suficientes", complementa.

Entre as estratégias de curto prazo, Imperial lembra que a redução de pessoal e de investimentos e a pressão sobre a cadeia de fornecimento, incluindo a renegociação de contratos, são medidas que certamente terão impacto sobre a sustentabilidade da indústria daqui a dois ou três anos. Mas de acordo com ele, os investidores brasileiros têm revelado interesse maior em medidas de longo alcance como padronização e continuação nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Fonte: Valor






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