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Conselheiros independentes da HRT pedem renúncia

O conselho de administração da petroleira HRT, presidido por John Willott, entrou em uma guerra que expõe uma disputa pelo controle da empresa. Ontem, seis membros independentes renunciaram ao cargo em reação ao afastamento, considerado arbitrário, dos conselheiros François Moreau e Oscar Prieto em reunião na sexta-feira. Também foram afastados Edmundo Falcão e Marcelo Pacheco, componentes do conselho fiscal.

Enquanto Moreau e Prieto foram afastados até a próxima assembleia geral, ainda sem data, a decisão sobre os membros do conselho fiscal é permanente. Como só quatro conselheiros votaram a favor, virtualmente o controle da companhia voltou para seu fundador, Márcio Mello. Isso levou à reação dos membros independentes.

Agora, a HRT terá que convocar uma assembleia para renovar todo o conselho, mas está virtualmente paralisada, pois o estatuto prevê que é preciso um mínimo de cinco membros na votação.

Em sua carta de renúncia, o conselheiro Charles Putz afirma que "à luz da recente forma disfuncional" como o conselho tem atuado, não pode mais continuar no cargo. Ao Valor, ele afirmou que considera a reunião de sexta-feira nula, pois foi convocada com 24h de antecedência e não teve quórum. Para ele, o conselho está "extrapolando" e sendo manipulado por Mello.

Na carta, Putz afirma ainda que a seu ver o conselho não está atuando "no melhor interesse" dos acionistas. Os demais que renunciaram com ele são Peter O'Brien, Joseph Ash, Tom Ebbern, Oscar Prieto e François Moreau.

Prieto e Moreau foram indicados pelo Discovery Capital Management, que já é o maior acionista individual da HRT, com 17,7% das ações. Na reunião de sexta-feira tinha apenas nove presenças, incluindo Moreau, que foi impedido de votar. O resultado foi um empate e o voto de minerva veio do presidente John Willott, contra os indicados da Discovery. Entre os ausente estavam Ash, O'Brien, Putz e Prieto. Com Marcio Mello votaram Elias Shikongo, Wagner Peres e Willott.

Os conselheiros questionavam o pagamento de R$ 11,66 milhões em bônus e benefícios a Mello (ex-presidente e hoje no conselho), ao ex-diretor financeiro Carlos Tersandro Adeodato e à ex-diretora administrativa Maria Emília Rocha Mello de Azevedo. Mello pediu arbitragem para decidir se tem que devolver sua parte.

Segundo uma fonte, o argumento para afastar os quatro integrantes foi a falsidade nas declarações de posse como membros do conselho, sem informações de cargos em concorrentes da HRT. A decisão foi baseada em pareceres de três escritórios de advogacia - Campos Melo; Barbosa, Müssnich e Aragão; e Carvalhosa e Eizirick. Os três concluíram pela possibilidade de irregularidades e vícios na eleição dos quatros membros do conselho.

François Moreau é acionista e membro do conselho da Companhia Energética de Brasília (CEB) e do conselho fiscal da Duke Energy. Oscar Prieto é presidente da Bridas Corporation e diretor de operações da Pan American Energy, na qual a BP é acionista.

A HRT comprou parte da BP no campo de Polvo e a Bridas tinha direito de preferência. A aquisição foi aprovada pela ANP na semana passada. A HRT teria conflito com a CEB e Duke porque planeja gerar energia em Manaus.


Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio






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