O barco a vapor Benjamim Guimarães, patrimônio histórico e cultural de Minas Gerais, foi reinaugurado no último dia 1º de junho, após passar por um rigoroso processo de restauração que durou 18 meses e demandou um investimento de R$ 5,3 milhões. Único exemplar em operação no mundo em sua categoria, a embarcação passou por intervenções técnicas de grande complexidade, com o objetivo de mantê-la em conformidade com a NORMAM 202 da Marinha do Brasil, preservando ao máximo sua originalidade.
Sob responsabilidade técnica do engenheiro naval Carlos Eduardo de Souza e do arquiteto Jeferson Dantas Navolar, com coordenação de Renan Grizzo, o projeto envolveu ações emergenciais desde a retirada do vapor do rio, cujo casco apresentava infiltrações, estruturas comprometidas, presença de cimento no lastro e equipamentos danificados. A reforma contemplou a substituição de 90% do chapeamento da embarcação, restauração completa das estruturas de madeira e renovação dos sistemas de propulsão, incluindo a fabricação artesanal de uma nova caldeira.
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A caldeiraria foi iniciada no estaleiro INC, em Navegantes (SC), com corte e soldagem de novos painéis de aço, transportados posteriormente para Pirapora (MG) para montagem final. Foram restaurados também o gerador a vapor, cabrestante, bombas e outros equipamentos, com a adição de um novo gerador de emergência. A carpintaria recuperou portas, janelas e mobiliário com técnicas artesanais, respeitando o projeto original. A pintura seguiu todas as etapas de preparação e tratamento, com uso de verniz nas estruturas de madeira.
O processo de lançamento da embarcação exigiu a construção de uma rampa com estudos técnicos e obras de topografia e terraplenagem, além de negociações com a administração da represa para garantir o nível de água necessário, sem riscos de inundações ou prejuízos à geração de energia. Foram realizados testes rigorosos nas soldas para garantir a estanqueidade do casco, e todo o projeto foi executado conforme as normas de segurança exigidas.