A subsidiária da Reintjes no Brasil, fabricante alemã de reversores e redutores marítimos, ampliou neste ano a presença da marca na região norte do país. Após abrir um escritório comercial há quatro anos em Manaus (Amazônia), a empresa investiu em 2018 na construção de uma oficina própria para a manutenção de equipamentos. A decisão foi influenciada pela crescente demanda de embarcações, como barcaças e empurradores fluviais, que está mantendo aquecido o setor naval na região.
A Reintjes fornece equipamentos para o sistema de propulsão das embarcações, principalmente reversores marítimos para aplicação em continuous duty (serviço contínuo). Em meados de 2013, a empresa mantinha apenas uma filial no Rio de Janeiro, porém com a retração do mercado fluminense foi iniciada a busca de uma nova localização.
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"Notamos a crescente demanda de embarcações no norte do País, em especial as que fazem o transporte de cargas pelas hidrovias e decidimos investir em uma filial comercial em Manaus. Lá, passamos de vender 20 reversores marítimos em 2016 para 50 em 2017. No Rio Janeiro, como muitas empresas do setor, estamos aguardando o mercado voltar a demandar", explica o diretor da filial no Brasil da Reintjes, Antoine Reymondon.
Ele ressalta que a estratégia de instalar uma oficina própria com o objetivo de oferecer também o serviço de manutenção de caixa reversoras foi acertada. "Além de lidar com a demanda já existente, a presença física com produtos procedentes direto da fábrica inspira confiança nos clientes e novos prospects", diz Reymondon.
Quanto ao mercado do Rio de Janeiro, o executivo diz estar otimista com alguns sinais como o preço do barril do petróleo subindo, que tem motivado novas cotações com intenções de novas compras. "Esperamos a retomada do mercado offshore no Rio e sul do Brasil, com uma melhoria para o segundo semestre ou pelo menos para o fim do ano", afirma.
A Reintjes confirma a presença mais uma vez na Marintec South America, principal evento da América do Sul dedicado aos setores da construção naval, manutenção e operações. A empresa é umas das 80 marcas expositoras do evento que acontece de 14 a 16 de agosto, das 13 às 20 horas, no Centro de Convenções SulAmérica, Rio de Janeiro (RJ).
Transporte aquaviário -- A navegação interna segue em alta no País, o que explica o aumento na demanda das embarcações que fazem o transporte de cargas. E é na região norte, onde estão concentradas as duas hidrovias - das 12 bacias que compõem a malha hidrográfica brasileira - mais importantes para o escoamento de cargas de granéis sólidos e líquidos: a Amazônica e a Tocantins-Araguaia.
Segundo o Boletim Informativo Aquaviário do 1º Trimestre de 2018, divulgado recentemente pela Gerência de Estatística e Avaliação de Desempenho da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), a movimentação portuária, via navegação interior, correspondeu a 14,5 milhões de toneladas, representando crescimento de 20,6% em comparação ao movimentado no primeiro trimestre de 2017.
O bom desempenho se deve ao crescimento, de acordo com a publicação, de 422,7% na movimentação de bauxita, aumento de 52,8% em pasta de celulose, bem como à boa performance da soja – principal mercadoria operada nesse tipo de navegação – com aumento de 11,7% em relação à movimentação registrada no primeiro trimestre de 2017.