Oito empresas foram convidadas para conhecer a Gaspetro, companhia que reúne os ativos de distribuição de gás da Petrobras, mas a disputa deve ficar mesmo entre a japonesa Mitsui e a chinesa Beijing Gas. Ainda é cedo para afirmar, mas a Mitsui vem sendo apontada pelo mercado como a mais interessada nos ativos. A companhia japonesa também já mostrou que gosta do modelo de venda. Ela é sócia minoritária da Petrobras nas distribuidoras de gás da Bahia, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Santa Catarina e Paraná.
Procurada pelo Valor , a assessoria da Mitsui Gas & Energia informou que a empresa não vai comentar a informação. A Petrobras espera para o dia 17 deste mês as ofertas para aquisição de uma participação de 49% em 19 distribuidoras estaduais de gás reunidas na Gaspetro. Essas empresas serão separadas da estrutura da Gaspetro, que também controla cinco transportadoras de gás e participações nas empresas Gemini e ICC.
A Gaspetro teve lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no ano passado, 10% menos do que no ano anterior. Em 2014 foram separadas dela a Gasmig - 40% foram adquiridos pela mineira Cemig, que já era sócia - e a Transportadora Associada de Gás (TAG). Essa última também está na lista de ativos que a Petrobras pretende colocar à venda, como apurou o Valor. O banco contratado pela Petrobras para a atração de um sócio para a Gaspetro é o Itaú BBA.
Ontem, o presidente da Cosan, Marcos Lutz, confirmou que a companhia está avaliando os ativos de distribuição de gás da Petrobras colocados à venda, mas disse que provavelmente não deve fechar o negócio. A Cosan controla a Comgás, maior distribuidora de gás do país, a que atua na distribuição em diversas áreas do Estado de São Paulo, incluindo a região metropolitana. "Estamos avaliando, mas não devemos fazer nada", ressaltou o executivo, que compareceu a um evento de energia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Segundo Lutz, o problema é a estrutura de venda, que prevê apenas a fatia de 49% na Gaspetro. Com a admissão da Cosan de que não irá disputar a Gaspetro, sobram no páreo ainda as japonesas Marubeni e Itochu, a GDF Suez e a Gás Natural.
A gestora Gávea Investimentos, fundada pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, também foi convidada, como informou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor no dia 25 de junho. Apesar do mercado apostar na participação da Mitsui e da Beijing Gas, podem surgir surpresas e até associações.
A nova lista de ativos à venda da Petrobras inclui participações relevantes em vários setores. A estatal não se opõe a vender sua participação em termelétricas a gás e na maior petroquímica brasileira, a Braskem, da qual tem 47% do capital total e 36,1% do capital votante em associação com a Odebrecht.
Também estão à venda campos de petróleo em produção no Brasil e no exterior. A estatal está disposta a vender a argentina Petrobras Energía S/A (Pesa), campos nos Estados Unidos e a PetroÁfrica, uma joint venture com o BTG Pactual que reúne ativos em fase de exploração e produção como os campos de Akpo e Agbami, na Nigéria.
Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner e Natália Viri | Do Rio e de São Paulo
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