Pelo menos 38 das 49 plataformas na Bacia de Campos (RJ), área que responde por quase 80% da produção de petróleo do país, teriam aderido à greve iniciada no domingo por trabalhadores da Federação Única dos Petroleiros (FUP), segundo informações do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), ligado à FUP. Os funcionários iniciaram o movimento pela ausência de resposta da empresa para sua pauta de reivindicações.
Procurada, a Petrobras informou ontem que avalia os impactos do movimento. Mas, de acordo com o Sindipetro-NF, o impacto inicial estimado da paralisação de unidades até o momento é de uma redução de 400 mil barris diários de petróleo, de acordo com números calculados pela entidade sindical.
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Segundo o Sindipetro-NF, os trabalhadores das plataformas foram orientados a parar completamente a produção, ou produzir apenas o volume mínimo de gás e óleo necessário para a segurança e a habitabilidade da plataforma.
Além disso, os sindicalistas teriam orientado aos petroleiros da Bacia que não entreguem o controle da unidade aos grupos de contingência, programados pela petroleira, que estariam tentando subir nas unidades.
Em nota, a Petrobras informou que está avaliando os impactos das mobilizações. De acordo com a companhia, as equipes de contingência da empresa foram acionadas e estão operando em algumas unidades. A estatal admitiu, contudo, que em alguns locais ocorrem "bloqueios de acessos, cortes de rendição de turno e ocupação", sem especificar em quais unidades.
A empresa informou ainda que vem tomando todas as medidas necessárias para manter a produção e o abastecimento do mercado, e ao mesmo tempo, garantir a segurança dos trabalhadores e das instalações.
Os funcionários da Petrobras ligados à FUP iniciaram no último domingo greve por tempo indeterminado, com indicativo de parada de produção nas unidades operacionais da companhia: plataformas e refinarias. A entidade reúne 14 sindicatos de petroleiros do país.
De acordo com comunicado da FUP veiculado na ocasião, a greve foi determinada depois que representantes da Petrobras não compareceram à audiência com o Ministério Público do Trabalho, a FUP e seus sindicatos, realizada na quinta-feira da semana passada, no Rio de Janeiro. Entre os pleitos da federação está a suspensão do plano de desinvestimentos da companhia, que prevê levantar US$ 57,7 bilhões com venda de ativos até 2019.
Também na quinta-feira, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que reúne cinco sindicatos, já havia iniciado uma greve. Além da suspensão do programa de desinvestimentos, a FNP pede reajuste salarial de 10%, mais a correção monetária da inflação. A última proposta oficial da Petrobras era de um reajuste salarial de 8,1%.
Fonte: Valor Econômico/Alessandra Saraiva | Do Rio