Meta do presidente é realizar pelo menos um leilão neste  ano
 DE BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem pressa em  aprovar o pacote do pré-sal no Congresso porque deseja fazer pelo menos  um leilão na área ainda neste ano.
 Ele pediu a Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara e agora vice na  chapa da petista Dilma Rousseff, para votar já na próxima semana o  projeto que cria o novo marco regulatório do setor de petróleo e o Fundo  Social -a ser formado com a renda do pré-sal.
 Em conversa com Temer, Lula disse que quer deixar o governo com a marca  de ter sido o responsável pelas mudanças no setor de petróleo. Mas  reconheceu que dificilmente haverá tempo para fazer o leilão antes da  eleição.
 Além de fazer durante seu governo leilão para dar início à exploração do  pré-sal em novas áreas, Lula quer a garantia, prevista no projeto, de  adotar o sistema de partilha de produção, pelo qual a União fica com a  maior parte do petróleo extraído.
 O projeto, contudo, vem acompanhado de uma emenda polêmica, que dividiu a  base aliada do governo, acirrou a disputa entre Estados e foi  contaminada pelo período eleitoral.
 Trata-se da que redistribuiu os royalties antes destinados somente aos  Estados e municípios produtores a todas unidades da Federação por meio  do fundo de participação, que prioriza critérios populacionais.
 "Minha emenda entrou na garupa de uma matéria que é urgente para o  governo. Não há opção senão aprová-la ou rejeitá-la. Aposto que o placar  [a favor da mudança nos royalties] vai se ampliar", diz o deputado  Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), um dos autores da emenda.
 O governo tende a vetar a alteração, que prejudica apenas Rio de Janeiro  e Espírito Santo, maiores produtores de petróleo em mar do país. Os  representantes desses Estados admitem que podem ser derrotados na  Câmara, mas apostam no veto.
 A maior pressão vem do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB),  candidato à reeleição no terceiro maior colégio eleitoral do país.
 O projeto começa a ser debatido na próxima terça, mas a expectativa é  votá-lo somente no dia seguinte.
 
 Fonte: Folha de São Paulo/VALDO CRUZ/FERNANDA ODILLA
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