A estratégia da Petrobras para renegociar contratos no segmento de exploração e produção envolve propostas personalizadas para cada tipo de fornecedor e até comunicados aos presidentes das multinacionais no exterior.
Conforme a Folha revelou na última sexta-feira (19), a Petrobras enviou cartas aos seus principais fornecedores pedindo cooperação para "superar os desafios que se apresentam no momento".
SEM ALTERNATIVA
A empresa deixa claro que não considera alternativa que não seja a renegociação.
Para evitar quebra dos acordos, a Petrobras irá propor, por exemplo, a redução do tamanho dos contratos e o deslocamento de equipamentos de projetos com produtividade baixa para ativos mais produtivos.
As missivas, assinadas pela diretora de exploração e produção, Solange Guedes, começaram a chegar aos escritórios na última sexta-feira (12). Elas foram enviadas não só aos diretores no Brasil como aos responsáveis pela matrizes no exterior. Para serviços prestados no país, a Petrobras negocia diretamente com a filial local.
A reportagem teve acesso à íntegra de uma das cartas. A Petrobras chega a dizer que a iniciativa de rever contratos para baixo é imprescindível para que continue operando e mantendo a parceria com fornecedores no longo prazo. A atividade de exploração e produção é a mais importante da companhia e gera quase metade de sua receita.
A estatal tomou precauções para evitar que o documento de duas páginas fosse vazado. O nome do destinatário aparece três vezes no texto, que é antecedido pelo aviso de confidencial.
O que será proposto aos fornecedores não seguirá um script único. A ideia é que, em vez de só pleitear um desconto, a estatal já apresente uma diretriz de negociação específica para cada empresa. Foram constituídas comissões de negociação e parte das conversas já começou.
REAVALIAÇÃO
Os serviços identificados como menos importantes, como a manutenção de uma plataforma pouco produtiva, serão deslocados para ativos com maior produção.
Também serão analisados quais bens e serviços têm preço que varia de acordo com a cotação do petróleo, como a atividade de sondas de perfuração e aluguel de plataformas. Nesses casos será proposta uma redução do preço.
Haverá, por fim, negociações para desconto no valor unitário de bens, como tubos e válvulas. Caso não se chegue a um acerto, a Petrobras irá reduzir o tamanho dos pacotes de compras.
Fonte: Folha de São Paulo/LUCAS VETTORAZZO/SAMANTHA LIMA DO RIO
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