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Petrolíferas indianas vão às compras no exterior

A Índia quer entrar parao clube dos gigantes mundiais do petróleo.
Algumas das maiores estatais e empresas privadas do país começaram a perseguir ativos de gás natural e petróleo no exterior, tentando aproveitar o declínio no valor dos ativos durante a crise e ao mesmo tempo se libertar das onerosas regulamentações domésticas.
A jogada mais recente é do conglomerado de petróleo a têxteis Reliance Industries Ltd., administrado pelo bilionário Mukesh Ambani, que durante o fim de semana aumentou sua oferta para comprar a concordatária petroquímica LyondellBasell Industries. A nova oferta avalia a empresa holandesa em US$ 14,5 bilhões, segundo uma pessoa a par da questão.
Um porta-voz da Lyondell não quis comentar, assim como um porta-voz da Reliance.
A Reliance também está de olho em outros alvos no exterior, como a canadense Value Creation Inc., que tem jazidas substanciais de areias betuminosas na província de Alberta, disseram pessoas familiarizadas com o pensamento da empresa. A concorrente menor Essar Group também intensificou sua própria caça às barganhas no exterior e está interessada em comprar ativos que a Royal Dutch Shell PLC e outras empresas estão colocando à venda.
A Reliance e a Essar, ambas sediadas em Mumbai, contrataram nos últimos meses vários executivos do alto escalão de petrolíferas multinacionais para colaborar com seus esforços de expansão internacional. Enquanto isso, a petrolífera estatal da Índia, a Oil & Natural Gas Corp., a maior do país, informou recentemente que pode gastar até US$ 30 bilhões nos próximos dez anos numa onda de aquisições internacionais.
As empresas indianas estão varrendo o mundo para garantir o suprimento e reduzir a dependência do petróleo importado. A Índia importa 70% do petróleo que consome, num gasto anual de mais de US$ 90 bilhões. As empresas também estão tentando expandir sua presença mundial com refinarias e outros ativos em mercados distantes. E gostariam ainda de um alívio para as dores de cabeça causadas pela regulamentação em sua terra natal, onde a interferência do governo na exploração e no tabelamento dos recursos naturais desacelerou essa expansão.
"Há muita bagagem política e de regulamentação em casa, e o empresariado indiano acha que há várias pechinchas no exterior no presente cenário", disse Cyril Shroff, sócio-gerente da Amarchand Mangaldas, um dos maiores escritórios de advocacia da Índia que presta consultoria a fusões e aquisições.
A Índia provavelmente enfrentará concorrência enquanto tenta encher os bolsos de petróleo e gás, especialmente das firmas chinesas. No meio do ano passado, a Sinopec Group, uma importante petrolífera chinesa, pagou US$ 7,2 bilhões pela Addax Petroleum, uma empresa de Genebra que tem ativos de gás e petróleo no Oriente Médio e na África.
A concretização de um acordo com a Lyondell avançaria significativamente as ambições de Ambani, que quer criar um conglomerado multinacional de petróleo. O acordo criaria um gigante com faturamento combinado de US$ 80 bilhões e operações em exploração, refino e produção de petroquímicos.
A Reliance, a maior empresa privada da Índia em valor de mercado, já opera o maior complexo de refino de petróleo do mundo: uma instalação no Estado de Gujarat, no oeste do país, que pode processar 1,24 milhão de barris por dia. A refinaria foi projetada para operar com o tipo de petróleo extrapesado que pode ser extraído das areias da Value Creation.
Financiar acordos de grande porte não será fácil para as empresas indianas. A Reliance captou US$ 2 bilhões para aquisições nos últimos meses, com a emissão de novas ações. A empresa já aumentou duas vezes a oferta para comprar a Lyondell desde que a anunciou, em novembro, avaliando inicialmente a empresa em US$ 12 bilhões. Mas a batalha pode estar apenas começando, pois os credores da Lyondell já iniciaram um plano separado de reestruturação que avalia a firma em até US$ 15,5 bilhões.
O total de aquisições de empresas indianas no exterior caiu 37% no ano passado, para US$ 11,4 bilhões, segundo a Dealogic. Mas o volume de transações voltou a crescer, com as empresas indianas se preparando para realizar caras aquisições em setores como energia, telecomunicação e mídia.(Fonte: Valor Econômico/ Amol Sharma, The Wall Street Journal, de Nova Déli/olaboraram Mike Spector, Rakesh Sharma e Edward Welsch)



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