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Posição de caixa piora e Eike acelera desmembramento do Grupo EBX

O endividado magnata Eike Batista está acelerando o desmembramento de seu império de  mineração, energia e portos, cedendo controle a novos investidores à medida que algumas das  suas companhias lutam por capital novo. Diante de fortes perdas no caixa e com grande parte  da fortuna de Eike destinada a garantir a dívida do Grupo EBX estimada em 11 bilhões de  dólares, as companhias do grupo enfrentam a escolha entre reduzir gastos de capital ou  diminuir de tamanho para continuarem operando.

Ontem, quinta-feira (15), um dia após Eike firmar acordo para ceder o controle da operadora  de portos LLX ao grupo EIG, executivos da MMX Mineração e Metálicos, espinha dorsal do  conglomerado EBX, disseram que a produtora de minério de ferro terá em breve um novo  acionista controlador. Outra possibilidade cogitada é a venda do projeto da MMX em Corumbá  para se concentrar em Serra Azul.
OGX tem até o fim do mês para entregar garantias, diz diretora da ANP

A diretora-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, disse nesta  quinta-feira (15) que não está preocupada com a possibilidade da OGX, do empresário Eike  Batista, não entregar as garantias financeiras para os blocos adquiridos na 11ª rodada de  petróleo. "A OGX tem até o fim do mês para entregar. O contrato pode ser assinado até 31 de  agosto", disse. "Eu não tenho preocupação nenhuma com o fundo de ninguém. Pagou, eu assino.  Não pagou, eu não assino."

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Com a venda de participações majoritárias na produtora de energia MPX à companhia elétrica  alemã E.ON e na LLX para o grupo EIG, duas das seis companhias abertas do grupo EBX não  estão mais sob controle de Eike.

A MMX, a terceira, provavelmente será a próxima, e espera-se que Eike passe a deter pouco  mais do que fatias minoritárias nas peças de seu antigo império quando a reestruturação for  concluída. "Estamos revisando nossas opções e focando nas operações portuárias, de maneira  que o novo acionista possa tomar as decisões necessárias para garantir o crescimento e a  expansão da companhia", disse o presidente-executivo da mineradora, Carlos Gonzalez, a  investidores em teleconferência.

No último trimestre, a MMX, a LLX e a petrolífera OGX anunciaram prejuízos maiores do que o  esperado, na medida que gastaram mais capital do que a receita gerada por suas operações  nascentes. Com o aumento dos gastos de capital, cresceu a dívida.

No caso da MMX, a posição de caixa de cerca de 450 milhões de reais pode não ser suficiente  para cobrir 1,2 bilhão de reais em dívidas vincendas nos próximos 12 meses e os planos de  investimento de cerca de 700 milhões de reais.

O investimento estimado no terminal de minério de ferro Minas-Rio da LLX, que a companhia  está construindo em parceria com a Anglo American dentro do Porto de Açu, da LLX, disparou  para 1,7 bilhão de reais ante 974 milhões de reais, anunciou a empresa.

O papel da MMX recuou 6,16 por cento para 1,98 real nesta quinta-feira após o anúncio, na  quarta-feira, de um prejuízo de 441,5 milhões de reais no segundo trimestre. Foi a primeira  queda da ação em seis sessões.

Já a ação da OGX desabou 7,4 por cento, a 0,63 real, após o prejuízo líquido da empresa  crescer em mais de 12 vezes, o caixa despencar e a dívida disparar. A ação da LLX avançou  10,6 por cento para 1,67 real, maior alta em dois meses e meio.

"Embora os resultados operacionais não devam atrair a atenção de investidores, acreditamos  que a fraca posição de caixa, diante do passivo e das necessidades de investimento da OGX,  vão pesar sobre a performance da ação", escreveu a analista sênior do Itaú BBA Paula  Kovarsky em nota a clientes.

Olhar público

Ex-bilionário cujo conglomerado outrora simbolizou a ascensão do Brasil à proeminência  global, Eike é agora um reflexo das recentes mazelas do país. Eike, que por muito tempo  teve grande exposição, afastou-se dos olhos do público em meio a uma queda de mais de 25  bilhões de dólares em sua fortuna, que o derrubou do topo da lista de brasileiros ricos  neste ano.

As decisões da LLX e da MMX são os mais recentes passos nos esforços de Eike para recuperar  a EBX, que já foi avaliada a 60 bilhões de dólares mas sofreu uma série de atrasos em  projetos e queda na confiança de que suas jovens empresas poderiam entregar receita e lucro  antes de afundarem em dívidas.

O valor dos ativos do EBX, que havia disparado devido a esperanças de continuidade do boom  das commodities brasileiras liderado pela China, está hoje em menos de 5 bilhões de  dólares, de acordo com estimativas da Thomson Reuters.

Quando acabar a reestruturação do EBX, Eike terá entre 1 bilhão de dólares e 2 bilhões de  dólares em ativos e 1,7 bilhão de dólares em dívida de longo prazo, disseram fontes com  conhecimento direto do assunto à Reuters. É uma lasca de sua antiga fortuna, que no ano  passado atingiu cerca de 35 bilhões de dólares, de acordo com a revista Forbes.

Praticamente o único ativo que não está na berlinda é a empresa de construção naval OSX.  Uma venda da OSX não está sendo considerada neste momento, porque poderia ativar cláusulas  em contratos de títulos que forçariam a companhia a recomprar sua dívida se a holding de  Eike e de sua família for substituída como acionista controladora, disse a OSX.

Eike já está buscando compradores para os direitos de mineração de carvão na Colômbia  detidos por sua mineradora de carvão CCX. A OGX, após classificar como "não-comerciais" as  perspectivas de vários de seus campos de petróleo, está buscando parceiros para assumir  parte dos altos custos necessários para aumentar a produção em diversos campos marítimos.

A OGX vendeu uma fatia de 40 por cento em dois de seus blocos mais promissores à companhia  estatal de petróleo da Malásia, a Petronas, por 850 milhões de dólares em maio.

MMX

Discussões com possíveis compradores da MMX, que controla vários projetos de minério de  ferro na América Latina, incluindo o gigante Serra Azul em Minas Gerais e um porto de  minério de ferro quase concluído próximo ao Rio de Janeiro, estão em estágio avançado. A  MMX interrompeu quase toda a atividade que não seja construção de portos em deferência a  possíveis compradores.

O porto de MMX, a oeste do Rio de Janeiro, não é relacionado ao Porto de Açu, da LLX, no  norte do Rio.

Eike vai deixar o Conselho de Administração da LLX, mas manterá uma fatia "relevante" e o  direito de escolher um representante no Conselho. Ele também pode manter uma participação  na MMX, que já tem investimento da sul coreana SK Holdings e da chinesa Wuhan Iron and  Steel Co. Gonzalez, da MMX, também disse que a companhia colocou sua mina de Corumbá à  venda junto com outros ativos na esperança de encontrar investidores que possam recuperar  sua fraca posição de caixa.

Ele também disse que é improvável que a MMX venda seu porto separadamente, uma vez que o  comprador corre o risco de não ter minério de ferro suficiente para transportar por meio do  terminal sem o minério do projeto de Serra Azul da MMX, que é conectada ao porto por  ferrovia.

Como parte da venda ao novo acionista controlador, é provável que a MMX ofereça mais ações  ao público geral e atuais acionistas para levantar capital adicional, disse Gonzalez.

Fonte:Gazeta do Povo(PR)/Reuters


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