Receba notícias em seu email

MSC

Procap é base para avanços inéditos

Reconhecida internacionalmente por sua expertise e liderança tecnológica em alto mar, a Petrobras deve grande parte de seu êxito ao seu Programa de Capacitação Tecnológica em Águas Profundas (Procap), criado em 1986. Seu foco vem se ajustando de acordo com as necessidades e suas versões acompanharam, ao longo das últimas décadas, a busca por óleo a profundezas cada vez maiores. Só nos últimos três anos, os investimentos da empresa em pesquisa e desenvolvimento somaram cerca de US$ 3,6 bilhões. Desse montante, algo em torno de 60% foram destinados à área de águas profundas - ou seja, cerca de US$ 2 bilhões.

O coordenador do Procap Visão Futuro - a versão atual do programa -, Marcos Guedes, conta que, no início, os desafios eram operar entre 400 metros e mil metros, de profundidade. "O Procap nasceu em função de descobertas da empresa de 1984, como Albacora e Marlim, na Bacia de Campos", conta. Depois, foi se atualizando para ajudar nas atividades da empresa em profundidades maiores - mais de dois mil metros e em seguida, mais de três mil metros.

"Foi o Procap 3.000 que nos possibilitou ter tecnologia disponível para produzir no pré-sal. Tanto que hoje já tiramos 300 mil barris diários da camada", destaca Guedes. O Procap Visão Futuro é voltado menos para uma referência de lâmina d'água e mais para soluções que aumentem a eficiência e os resultados da produção em águas profundas e ultraprofundas - hoje são 77 plataformas operando nessas áreas no litoral brasileiro, incluindo o pré-sal. A maior profundidade é no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, com a perfuração de um poço a 2.172 metros de bombeamento.

Por conta do Procap, a Petrobras protagonizou feitos inéditos na indústria do petróleo mundial. Um deles, por exemplo, foi ter sido a primeira petroleira a ancorar plataformas em águas profundas. Também foi pioneira na utilização de dutos flexíveis (que ligam os poços às plataformas) para escoamento de óleo ou gás. A primeira árvore de natal molhada (sistema de válvulas que controla a vazão e pressão do poço submarino) instalada sem mergulhador e com apoio da robótica foi outra conquista da empresa.

Das tecnologias mais recentes, algumas já estão em uso, como por exemplo, o RWI (Injeção de Água Bruta, na tradução para o português), uma técnica que serve para incrementar o fator de recuperação do poço. Trata-se de um sistema que, por meio de uma bomba centrífuga, capta a água no fundo do mar para que seja filtrada. Livre de impurezas, a água é pressurizada e reinjetada no reservatório.

Outra inovação, que está em fase de pré-operação há cerca de quatro meses no campo de Marlim, na Bacia de Campos, é o Sistema de Separação Submarino Água-Óleo. Desenvolvido em parceria com a multinacional FMC Technologies, o equipamento, o primeiro instalado em águas profundas, ajuda a reduzir a chegada de grandes volumes de água na plataforma - que é reinjetada no fundo do mar. Isso permite o aumento da capacidade de recebimento de óleo na plataforma.

Parcerias, por sinal, têm sido uma das grandes contribuições para o sucesso tecnológico da Petrobras. A rede de parceiros da estatal inclui mais de 85 universidades, além de multinacionais fornecedoras para o setor de óleo e gás. Várias delas já montaram ou estão montando centros de pesquisa na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. Esses centros estão focados, principalmente, nos desafios tecnológicos do pré-sal. "Seja com universidades, centros de pesquisa, outras petroleiras e fornecedores, todas as parcerias são importantes", observa Guedes.

A Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é uma das parceiras mais fiéis. E vem trabalhando, juntamente com a estatal, no grande salto para a próxima década: a produção submarina autônoma. "Isso acelera a produção, reduzindo a necessidade de plataformas e de pessoal trabalhando nelas", afirma o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen Estefen.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, o pré-sal já está ajudando a Petrobras a aumentar sua excelência em águas profundas. "Esse conhecimento detido pela Petrobras, por seu corpo técnico, é seu bem mais valioso", observa. Mas ele ressalta que, com mais recursos aplicados na área de pesquisa, os resultados poderiam vir mais rápido. "A dificuldade de caixa da empresa retarda investimentos e prejudica o avanço na área de pesquisa e desenvolvimento", afirma Pires.

Fonte: Valor Econômico/Simone Goldberg | Para o Valor, do Rio






PUBLICIDADE




Shelter

   Zmax Group    ICN    Ipetec
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira